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UFSB adotará regime letivo semestral em 2024

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Sexta, 25 de Novembro de 2022, 11h58
  • Última atualização em Sexta, 25 de Novembro de 2022, 14h11
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O tema da mudança do regime letivo da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), de quadrimestral para semestral, permeia as discussões sobre a instituição praticamente desde o início. Após um período de intensa troca de ideias e estudos sobre o assunto, o Conselho Superior (Consuni) aprovou proposta para a realização da mudança, descrita na Resolução Consuni nº 22/2022. Em suma, o ano de 2023 será dedicado à preparação institucional para a adoção do regime semestral já no começo de 2024.

 

A discussão é antiga e remonta aos primeiros tempos de funcionamento da UFSB, cujo modelo preconiza, dentre outras características, o regime quadrimestral, mais comum em universidades estrangeiras. Em março de 2022, a reitoria se reuniu com os decanatos das Unidades Acadêmicas para discutir o assunto e esboçar um plano de ação. Uma consulta interna à comunidade foi aberta em abril deste ano, com alunos, professores e técnicos tendo a oportunidade de se manifestar a respeito do tema e registrando oficialmente o posicionamento da comunidade universitária. 

 

Já na primeira eleição para o cargo de reitora da UFSB, a professora Joana Angélica conciliou a posição favorável à manutenção do regime quadrimestral e o interesse em ouvir e acatar a posição das categorias que formam a universidade: "Não tenho nenhum problema se a comunidade decidir que a gente deve ter um regime semestral ao invés do regime quadrimestral".  Para ela, "este é um tema que está na pauta da UFSB desde sua criação, embora nunca tenha havido uma discussão sistemática sobre isso. Com o processo de consulta para a Reitoria esse tema surgiu em quase todos os debates; a partir disso resolvemos abrir a discussão para que a comunidade pudesse se manifestar a respeito, acredito que a ampla maioria queria isso e o que fizemos foi dar espaço para o debate".

 

A reitora avalia que a mudança no regime letivo tem seus proveitos: "O primeiro deles diz respeito à colaboração com a rede de universidades federais. Por funcionarmos em um regime letivo diferente da quase totalidade das IFES, tínhamos dificuldade nos processos de mobilidade e intercâmbio acadêmico. Outro ganho é termos mais tempo para o processo de ensino-aprendizagem; com a semestralização, os componentes curriculares serão ofertados de forma mais tranquila". Ela pondera que essa alteração faz parte do amadurecimento e do fortalecimento institucional: "Desde o seu início a UFSB tem feito discussões acerca dos seus processos de ensino-aprendizagem, da sua organização administrativa. Cada vez que um desses pontos é colocado em discussão, passamos por um processo de melhoria na compreensão da nossa universidade e isso faz parte do processo de consolidação." 
 

O presidente do DCE, acadêmico Felipe Moraes, também se manifestou a respeito da medida: "A decisão do Conselho Universitário em aprovar a mudança do regime letivo vai ao encontro do que foi deliberado pela comunidade estudantil no Congresso Discente, realizado em 2019. Esperamos que no novo regime as atividades de ensino, pesquisa e extensão, assim como de mobilização estudantil, possam ser desenvolvidas com mais qualidade e tranquilidade, sem a necessidade de atropelamentos em decorrência do acúmulo de funções exigidas no regime quadrimestral - que, diga-se de passagem, é bastante similar ao taylorismo: o máximo de trabalho em menor tempo."

 

Como ocorrerá a mudança 

O pró-reitor de Gestão Acadêmica, professor Francesco Lanciotti Junior, contribui para uma recuperação histórica do debate, afirmando que esse tema é discutido desde o início das atividades da universidade. "Esse processo é natural, uma vez que o regime quadrimestral, originalmente implantado, causava estranheza por ser diferente do formato semestral, adotado por praticamente todas as instituições de ensino superior no Brasil. A primeira oportunidade em que essa discussão ocupa espaço formal no âmbito da Universidade foi no Congresso dos Estudantes da UFSB, realizado em novembro de 2019", conta Francesco.

 

No início de 2022, a partir de decisão da reitoria e dos anseios da comunidade universitária, começou-se uma discussão ampliada, aberta às categorias, para subsidiar o debate sobre a manutenção do regime quadrimestral ou  adesão a um regime letivo semestral. "Entre março e setembro de 2022 foram realizadas reuniões com dirigentes das Unidades Acadêmicas, uma consulta à comunidade universitária, cujo principal agente motivador foi o de provocar a discussão sobre o tema, diversas reuniões abertas a toda comunidade, além de reuniões setorizadas por grupos específicos, culminando na elaboração de um documento síntese, que norteou o debate no Conselho Universitário (Consuni) e, posteriormente, na Câmara de Graduação - esta última responsável por regulamentar o desenho do regime letivo semestral já aprovado pelo Consuni", complementa o pró-reitor de Gestão Acadêmica. 

 

Com a aprovação da proposta no Consuni, começa a preparação para a troca de regime letivo, explica o professor Francesco: "Nosso próximo passo é organizar todos os documentos e instrumentos legais da UFSB, Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs), resoluções, etc., adequando-os ao novo regime, bem como a adaptação dos sistemas de gestão, a exemplo do SIGAA. Para isso, utilizaremos o ano de 2023, período em que a UFSB ainda funcionará no regime quadrimestral".
 
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