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Protótipo desenvolvido no PPG Biossistemas resulta em invenção patenteada

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Terça, 14 de Novembro de 2023, 16h13
  • Última atualização em Terça, 14 de Novembro de 2023, 16h19
  • Acessos: 1239

A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) realizou no dia 31 de outubro o depósito de um pedido de patente, intitulada “Dispositivo e sistema automatizado para análise da capacidade e transmitância térmica em protótipos de painéis para vedação habitacional”. O invento foi desenvolvido como parte de uma pesquisa realizada no Programa de Pós-graduação em Biossistemas (PPG Biossistemas). O pedido foi realizado pela Coordenação de Criação e Inovação da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (CCI/PROPPG) e o projeto que resultou na invenção patenteada sob a numeração BR 10 2023 022840 2 foi realizado em parceria institucional entre o IFBA, UFSB e UESC.

Os inventores listados no pedido de patente são a engenheira civil e doutoranda Sandra Cunha Gonçalves (IFBA-Ilhéus); Thiago Nascimento Barbosa (IFBA-Ilhéus); Érick Santana dos Santos (IFBA-Salvador); Milton Ferreira da Silva Junior (UFSB) e Celso Carlino Maria Fornari Junior (UESC). O produto desenvolvido faz parte dos estudos de doutoramento de Sandra no PPG Biossistemas, sob orientação do professor Milton Ferreira e coorientação do professor Celso Fornari. Os professores Thiago Barbosa e Érick Santana, listados como co-autores, deram o suporte necessário na área da Física Experimental para o desenvolvimento do sistema.

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A invenção consiste em um sistema e um dispositivo que é capaz de ler e tabular as temperaturas na face do protótipo e no ambiente, em um intervalo de tempo, e calcular a variação da temperaturas, condutividade e transmitância térmica, para posterior análise do potencial de absorção de calor e consequente nível de isolamento térmico dos protótipos de painéis a serem empregados como elementos de vedação habitacional. O dispositivo possui configuração clara, prática e objetiva, o que lhe confere baixo custo de produção, fácil execução em larga escala e uma ampla faixa de medição e pode ser amplamente utilizado para captar temperaturas e medir a condutividade térmica de forma automatizada, podendo ser aplicada no ensino, pesquisa científica, engenharia, e outros campos relacionados.

A inventora, Sandra Cunha, relata que a ideia surgiu para ajudar na sua pesquisa de doutorado, que conecta áreas relacionadas ao desenvolvimento tecnológico de novos materiais vinculados à engenharia, construção civil e a Física experimental. "Em meu projeto de doutoramento estou desenvolvendo um novo material com resíduos de placas de drywall e adições, no intuito de reinseri-lo no ciclo produtivo do próprio drywall, numa perspectiva futura de torná-los painéis de vedação habitacional. Após a publicação da NBR 15.575, também conhecida como norma de desempenho, os parâmetros habitacionais tais como habitabilidade e adequação ambiental são de suma importância, um desses parâmetros é o conforto térmico dos usuários das habitações. Neste sentido, me deparei com uma dificuldade limitadora nos laboratórios parceiros que desenvolvo minha pesquisa no Sul da Bahia, como eu iria testar, tecnicamente, a capacidade de absorção e transferência térmica dos painéis protótipos que eu estou propondo em meus estudos?", conta.

Para sanar esse problema, explica Sandra, é comum empregar ferramentas de simulação computacional para determinar as propriedades térmicas em elementos para vedação habitacional. É uma metodologia voltada para aplicação em protótipos específicos e que considera nos cálculos os requisitos para a região bioclimática do local do estudo, as características do material de divisória e a configuração da edificação sem carga térmica interior, ou seja, sem equipamentos, iluminação e pessoas no interior do protótipo simulado. É aí que o invento se destaca: "Mesmo já tendo alguns estudos anteriores para realizar tal análise, no dispositivo revelado, pontua-se como diferencial, uma configuração clara, prática e objetiva, com baixo custo de produção, fácil execução em larga escala e uma ampla faixa de medição e pode ser amplamente utilizado para captar temperatura ambiental a temperatura da face de cada protótipo, mede a condutividade térmica de forma automatizada e o próprio sistema efetuar os cálculos, tabula os resultados e os apresenta graficamente, de forma a otimizar o tempo de análise do pesquisador, já que este não necessitará efetuar cálculos posteriores", detalha a inventora.

 

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Propriedade intelectual protegida

Conforme o coordenador de Criação e Inovação da UFSB, professor Rodrigo Ferreira, esta é a primeira patente fruto do projeto de doutorado de um estudante da UFSB. "Além da dedicação da doutoranda para a redação do documento, este processo contou com o apoio do programa de mentoria do INPI, que na UFSB é desenvolvido por intermédio da CCI", aponta o gestor e docente.

Para Sandra, o preparo do pedido de depósito "foi uma sensação incrível". "Principalmente por ser minha primeira patente, senti um misto de sensações, que vai desde a felicidade até a motivação para continuar estudando e desenvolvendo novas pesquisas em prol da sociedade. Meu contato com a Coordenação de Criação e Inovação foi com o professor Rodrigo Ferreira, que sempre se mostrou muito disposto a me auxiliar em todas as etapas do processo, tanto nas questões burocráticas do trâmite, principalmente nas parcerias institucionais, até criando um ambiente propício para que eu me sentisse segura e capaz de realizar a transferência da tecnologia para a devida proteção do conhecimento", conta Sandra. A proposta da mentoria do INPI, feita pelo professor Rodrigo, foi aceita e se convertou em uma decisão que a inventora classifica como "um grande divisor de águas".

Sandra conta que já havia concluído um curso on-line sobre "Noções básicas de Patentes", ofertado pela WIPO (World Intellectual Property Organization). A experiência na mentoria do INPI, entretanto, aprimorou o aprendizado, com o diferencial do contato direto com uma pesquisadora institucional, Camila Lopes, cujo processo é individualizado e trabalha diretamente com aquele produto específico: "a mentora me ajudou a escrever e a ir ajustando o material, identificando os principais erros e o que estava ainda necessitando ser acrescentado e melhorado. Por fim, digo que transformar o dispositivo criado em um produto a ser patenteado só foi possível diante de toda a contribuição e empenho da CCI e da mentoria do INPI".   

Entre os próximos passos está a busca de parcerias para a produção do dispositivo e a demonstração das vantagens que o equipamento trará para uso em diferentes cenários. "Apresenta baixo custo de fabricação em larga escala, com possibilidade de realizar cálculos e organizar os resultados obtidos, de modo satisfatório, para mantê-los em condições apropriadas para uso em laboratório e com possibilidade de transportá-lo facilmente, podendo ser aplicado no ensino, pesquisa científica, engenharia, e outros campos relacionados", lista Sandra.

 

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