Turmas da graduação Licenciatura em Ciências da Natureza e pós-graduação em Agroecologia realizam aula de Campo ao Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal - Aldeia Boca da Mata
Dia 22 de julho, a turma de graduação da Licenciatura Interdisciplinar em Ciências da Natureza e suas tecnologias (LICNT) juntamente com a turma da especialização em Agroecologia, do Campus Paulo Freire, realizaram uma aula de campo com destino ao Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal - Aldeia Boca da Mata, sul da Bahia.
No contexto do componente curricular "Decolonialidade no Ensino de Ciências e nas Práticas Pedagógicas", proposto pela docente Danielle Barros na LICNT, a aula de campo teve, como objetivos pedagógicos: Experienciar e dialogar com os representantes indígenas Pataxós Boca da Mata, articulando os conhecimentos tradicionais aos conhecimentos científicos; Reconhecer, a partir desta experiência, como os conceitos de decolonialidade podem ser identificados na prática e; Planejar, a partir desta experiência e de estudos teóricos, a elaboração de um material educativo que tenha característica decolonial para o ensino de ciências.
No Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal, a expedição foi recepcionada pelo cacique Braga, que contou sobre a história de lutas e resistências do povo pataxó na ocupação e preservação das terras, e conduziu os visitantes para conhecerem o Monumento de Resistência dos Povos Indígenas do Brasil, que, de acordo com o cacique, “é um mapa do Brasil onde contém os nomes de todos (ou quase todos) povos indígenas do país”, o monumento tem cinco estruturas arqueadas, representando arcos e flechas. A obra simboliza os próximos 500 anos dos povos indígenas no Brasil, mas também homenageia o sangue dos indígenas dizimados 500 anos atrás pelos colonizadores.
O cacique explanou sobre aspectos da cultura indígena, costumes, a importância da educação para ampliar os conhecimentos e na busca por direitos constitucionais, os estereótipos negativos que parte da sociedade atribui aos indígenas, a urgência de manter a “floresta em pé” em sua biodiversidade (que é também uma farmácia viva), sobre a preservação da água potável, explanou sobre espiritualidade e rituais, sobre a importância de escutar e do respeito ao próximo. Em seus 20 anos como cacique, relatou aspectos históricos como o “Fogo de 51” e a retomada do Monte Pascoal pelos pataxós em busca da demarcação da área como terra indígena.
Após o almoço, a aula seguiu para a fábrica de chocolate artesanal “Chocolate da Fazenda” em Itamaraju, para degustação e visitação.
O ônibus saiu do Campus Paulo Freire por volta das 7:00 e retornou às 17:00. Apesar do tempo chuvoso, a aula de campo, que contou com a coordenação dos docentes Dirceu Benincá, Débora Schmitt Kavalek e Danielle Barros Silva Fortuna, foi uma experiência de aprendizados e de grande pertinência para os discentes participantes e professores.
Texto encaminhado por Danielle Fortuna
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