Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Últimas Notícias > Covid-19 > Comitê Emergencial divulga 37º Boletim do Observatório da Epidemia do novo coronavírus no Sul da Bahia
Início do conteúdo da página

Comitê Emergencial divulga 37º Boletim do Observatório da Epidemia do novo coronavírus no Sul da Bahia

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Quarta, 05 de Maio de 2021, 18h21
  • Última atualização em Quarta, 05 de Maio de 2021, 18h21
  • Acessos: 1828

capa boletim CEC ufsbA divulgação do Boletim do Observatório da Epidemia do novo coronavírus no Sul da Bahia chegou à sua 37ª edição. Uma produção do Comitê Emergencial da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), o documento registra a evolução quinzenal de casos e óbitos na área de abrangência da instituição, bem como informa sobre recomendações de prevenção individuais e em políticas públicas. A mais recente edição se refere ao cenário observado no período entre 17 e 30 de abril.

 

-->Análise do panorama semanal nos municípios do Sul e Extremo Sul: 

Dos 900.841 casos e 18.477 óbitos confirmados na Bahia até 30/04/2021, 89.400 casos ou 9,9% do total (Taxa de Ataque de 9.167,5 casos/100.000 habitantes) e 1.751 óbitos ou 9,5% do total (Coeficiente de Mortalidade Acumulada de 179,6 óbitos/100.000 habitantes e TL de 2,0%) são de pessoas residentes em algum dos dez municípios onde a UFSB tem unidade acadêmica e/ou colégio universitário, que detém apenas 4,6% da população estadual.
Observa-se ocorrência de 4.182 casos (média de 299 casos/dia ou 30,63 casos/100.000 hab./dia) e de 110 óbitos (média de 7,9 óbitos/dia ou 0,81 óbitos/100.000 habitantes/dia) nas duas últimas semanas. A Taxa de Reprodução efetiva do vírus foi estimada em 1,02 para o conjunto dos dez municípios onde a UFSB tem unidade acadêmica e/ou colégio universitário no dia 30/04.

O monitoramento desses municípios onde a UFSB tem Unidade Acadêmica e/ou Colégio
Universitário permitiu observar aumento no número de casos (16,1%) e redução no
número de óbitos (-8,3%) nas duas últimas semanas (17 a 30/04) na comparação com as duas semanas anteriores (03 a 16/04). Os municípios de Coaraci (28,2%), Ilhéus (17,5%), Itamaraju (37,0%), Porto Seguro (50,5%), Nova Viçosa (47,8%), Santa Cruz de Cabrália (96,3%) e Teixeira de Freitas (48,3%) apresentaram aumento de casos. Os municípios de Ibicaraí (200,0%), Itamaraju (90,9%), Nova Viçosa (300,0%), Santa Cruz de Cabrália (100,0%) e Teixeira de Freitas (50,0%) apresentaram incremento de óbitos no período analisado.

Quanto ao risco acumulado de se infectar pelo Coronavírus no território de abrangência da UFSB, apenas Nova Viçosa (4.143,2 casos/100.000 habitantes) e Porto Seguro (5.058,5 casos/100.000 habitantes) apresentam Taxa de Ataque (TA) inferior à média estadual (6.033,5 casos/100.000 habitantes); os demais municípios apresentam risco de infecção superior à média nacional (6.922,6 casos/100.000 habitantes), com destaque para a
Região Cacaueira – Itabuna (13.576,1 casos/100.000 habitantes), Ilhéus (10.865,2 casos/100.000 habitantes), Coaraci (10.073,1 casos/100.000 habitantes) e Ibicaraí (8.686,5 casos/100.000 habitantes). 
Nas duas últimas semanas (17 a 30/04), o coeficiente médio de incidência nos municípios de Itamaraju (60,73 casos/100.000 habitantes/dia), Ilhéus (43,15 casos/100.000 habitantes/dia), Eunápolis (32,97 casos/100.000 habitantes/dia) e Teixeira de Freitas (30,39 casos/100.000 habitantes/dia) foi superior à média do Brasil (27,51 casos/100.000 habitantes/dia) e da Bahia (21,51 casos/100.000 habitantes/dia); sendo que Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália e Teixeira de Freitas apresentaram R(t) superior a 1,0 em 30/04.


Quanto ao risco de morrer por Covid-19, os municípios da Região Cacaueira – Ilhéus (266,4 óbitos/100.000 habitantes), Itabuna (254,6 óbitos/100.000 habitantes), Coaraci (247,7 óbitos/100.000 habitantes) e Ibicaraí (233,9 óbitos/100.000 habitantes) – apresentam coeficientes de mortalidade (CM) bem superiores à taxa nacional (190,7 óbitos/100.000 habitantes), enquanto Itamaraju (155,1 óbitos/100.000 habitantes), Teixeira de Freitas (137,3 óbitos/100.000 habitantes) e Eunápolis (125,9 óbitos/100.000 habitantes) apresentam CM inferior à média nacional, mas superior à média estadual (123,8 óbitos/100.000 habitantes). Nas duas últimas semanas (17 a 30/04), apenas em Itamaraju o coeficiente de mortalidade (2,33 óbitos/100.000 habitantes/dia) foi superior à média do Brasil (1,16 óbitos/100.000 habitantes/dia), enquanto Ibicaraí (1,00 óbitos/100.000 habitantes/dia), Ilhéus (0,89 óbitos/100.000 habitantes/dia), Teixeira de Freitas (0,79 óbitos/100.000 habitantes/dia), Itabuna (0,77 óbitos/100.000 habitantes/dia) e Nova Viçosa (0,65 óbitos/100.000 habitantes/dia) apresentaram CM inferior à média nacional, mas superior à média estadual (0,64 óbitos/100.000 habitantes/dia).


Aumentou o risco de morrer entre os pacientes com COVID em todo o Brasil e na Bahia nas últimas semanas (Tabela 1 e Figura 10). No território de abrangência da UFSB, nenhum município apresenta Taxa de Letalidade (TL) igual ou superior à do Brasil (2,8%), enquanto apenas Ibicaraí (2,7%), Coaraci (2,5%), Ilhéus (2,5%) e Porto Seguro (2,2%) apresentam TL igual ou superior à média da Bahia (2,1%), mas inferior à do Brasil em 30/04/2021. Os demais municípios apresentam taxa de letalidade inferior à média estadual. Destaque para a persistente baixa letalidade observada em Santa Cruz de Cabrália (1,1%).

Quanto à disponibilidade de leitos de UTIs, é evidente o colapso do Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as regiões do país. Na Bahia, a Sesab informou 1.260 casos ativos da doença internados nos 1.614 leitos de UTI disponíveis no Estado (taxa de ocupação de 78,0%) em 30/04, sendo de 79,0% na Região Sul e de 87,0% no Extremo-Sul (Figura 11), e ainda assim graças à abertura de novos leitos pela Sesab, de modo que o número de leitos em 30/04 é superior ao de 16/04.

Veja mais detalhes e os gráficos no boletim

 

--> Recomendações para a região: 

Merece especial atenção a situação observada nos municípios do Extremo Sul, tanto em termos de ocorrência de casos e óbitos, quanto em termos de pressão sobre o SUS.


RECOMENDA-SE:

• AOS GOVERNOS: transparência na divulgação das informações relativas à epidemia e à capacidade do SUS de atendimento; conscientizar as pessoas sobre a importância da higiene das mãos e das medidas de distanciamento social; incentivar o uso de máscaras; preparar o SUS, com reforço às redes de testagem; identificar precocemente os casos e fazer isolamentos localizados; implementar boas medidas de distanciamento, evitando lockdowns extensos (impacto econômico e psicológico); calibrar a suspensão dessas medidas; que se mantenha a Taxa de Ocupação de Leitos abaixo de 70%; e a intensificação da vacinação;

• AOS MÉDICOS: a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não indica tratamento farmacológico precoce para COVID-19 (nem cloroquina, nem hidroxicloroquina, nem ivermectina, nem azitromicina, nem nitazoxanida, nem corticoide, nem zinco, nem vitaminas, nem anticoagulante, nem ozônio por via retal, nem dióxido de cloro), apenas medicamentos sintomáticos, como analgésicos e antitérmicos (paracetamol e/ou dipirona);

• A TODOS OS INDIVÍDUOS: uso de máscara; distanciamento físico de 1,5m ou 1,8m; higienização das mãos; não participar de aglomeração; manter ambientes ventilados/arejados; paciente com sintomas “gripais” deve ficar em isolamento e colher PCR nasal.

 

--> Orientações para prevenção:

Nesta edição, a equipe do Observatório  aborda as relações entre a pandemia de Covid-19, a vacinação e as udanças no estilo de vida da população brasileira.
Desde o ano de 2020 a população brasileira tem enfrentado o medo constante do adoecimento pela Covid-19, o luto pelas inúmeras mortes de amigos e familiares, a insegurança alimentar e financeira. Até a data 03/05/2021, o Brasil registrou 14.754.910 casos da doença e 407.639 óbitos, segundo o Painel do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE) da Universidade Johns Hopkins (JHU). A magnitude da pandemia no país coloca o Brasil em terceiro lugar em número de casos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. 

O início da campanha de vacinação em todo o território nacional deu-se no ano de 2021, mas, até o momento, apenas 29.503.537 pessoas foram vacinadas com a primeira dose e 13.819.977 com a segunda dose. Tendo em vista o aumento do número de casos desde dezembro de 2020, é preocupante que a maior parte da população em idade produtiva ainda não tenha sido vacinada, considerando o impacto econômico, social, das relações humanas e, consequentemente, na saúde, no Brasil e no mundo. O Ministério da Saúde publicou em seu site oficial que a partir da data 29/04/2021 receberia novos lotes das vacinas da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Butantan. Ambas foram produzidas no Brasil com matéria prima importada. Foi informado também que, nessa data, 1 milhão de doses da vacina covid-19 da Pfizer/BioNTech chegaram ao país. Esta última necessita de condições especiais de armazenamento. O calendário para a vacinação da população segue com a população idosa e profissionais de saúde como prioridade, com a inclusão de trabalhadores das forças de segurança, salvamento e forças armadas.

Um estudo transversal realizado no Brasil com dados do inquérito de saúde virtual “ConVid, Pesquisa de Comportamentos”, conduzido pela Fiocruz em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) demonstrou as repercussões no estilo de vida dos adultos brasileiros durante a pandemia (MALTA et al, 2020). Foi evidenciado que houve um aumento de comportamentos de risco à saúde como a menor prática de atividade física, o aumento do tempo dedicado às telas (televisão, tablet e/ou computador), a redução do consumo de alimentos saudáveis e o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, assim como de cigarros e de álcool, sobretudo pelas restrições sociais impostas (MALTA et al., 2020).

Tais resultados confirmam a necessidade da adoção de medidas preventivas relacionadas à higiene, uso de máscaras e distanciamento social pelos brasileiros, assim como ampliação da oferta dos imunizantes e dos grupos a serem incluídos no calendário vacinal no país, para que haja uma redução do número de casos e de óbitos e o retorno, aos poucos, das atividades sociais. Os impactos da pandemia sobre a saúde vão além das manifestações fisiopatológicas próprias da doença, visto que os comportamentos humanos que influenciam o estilo de vida da população foram afetados durante a pandemia. Com isso, há, também, o aumento do risco de adoecimento por doenças crônicas não-transmissíveis.

--> Vacinômetro:

O Vacinômetro tem o intuito de informar o quantitativo de pessoas vacinadas com a primeira e segunda dose das vacinas contra a Covid-19 nos municípios em que a UFSB está inserida. É produzido, quinzenalmente, pelo Setor de Promoção à Saúde Estudantil, da Coordenação de Qualidade de Vida (CQV), da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (PROAF), mediante dados disponibilizados no site da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Nesta edição, o vacinômetro traz um panorama da situação vacinal em  municípios do Sul da Bahia, até o dia 02 de maio de 2021

vacinometro CEC UFSB 02052021

Documento relacionado

Boletim nº 37 do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia (05/05/2021)

registrado em: ,
Fim do conteúdo da página