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Comitê divulga 34ª edição do Boletim do Observatório da Epidemia do novo coronavírus no Sul da Bahia

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Sexta, 12 de Março de 2021, 16h16
  • Última atualização em Sexta, 12 de Março de 2021, 17h27
  • Acessos: 1626

capa boletim cec 26022021O Comitê Emergencial da UFSB divulgou a 34ª edição do boletim do Observatório de Epidemia do novo coronavírus no Sul da Bahia. Os dados e análises se referem ao período entre 19 de fevereiro e 05 de março de 2021, e abrangem os panoramas mundial, nacional, estadual e na área de abrangência da universidade.

-->Análise do panorama semanal nos municípios do Sul e Extremo Sul: 

Em 05/03/2021, dos 706.375 casos e 12.353 óbitos confirmados na Bahia, 71.958 casos
ou 10,2% do total (Taxa de Ataque de 7.399,9 casos/100 mil hab.) e 1.310 óbitos ou 10,6% do total (Coeficiente de Mortalidade Acumulada de 134,7 óbitos/100mil hab. e TL de 1,8%) eram de residentes em algum dos dez municípios onde a UFSB tem unidade acadêmica e/ou colégio universitário, o que corresponde a um 
incremento recorde de 7.340 casos (média de 524 casos/dia ou 53,9 casos/100 mil hab./dia) e grande aumento no número de óbitos (128 óbitos, com média de 9 óbitos/dia ou 0,9 óbitos/100 mil hab./dia) nas duas últimas semanas em relação às duas imediatamente anteriores.

O monitoramento da epidemia em nossa região sul e extremo sul da Bahia, permite observar incremento importante no número de casos novos (138,9%) e de óbitos (236,8%) nas duas últimas semanas em relação às duas anteriores nos municípios onde a UFSB tem Unidade Acadêmica e/ou Colégio Universitário (Gráfico 4, mais abaixo e Tabela 1, na página 6). Todos os dez municípios apresentaram variação positiva na incidência de casos e apenas Santa Cruz de Cabrália não apresentou incremento no número de óbitos, se comparadas às duas semanas anteriores.

Quanto ao risco de morrer por COVID-19, os quatro municípios da Região Cacaueira – Itabuna (202,1 óbitos/100mil hab.), Coaraci (194,2/100 mil hab.), Ilhéus (188,5 óbitos/100 mil hab.) e Ibicaraí (193,6 óbitos/100 mil hab.) – apresentam coeficientes de mortalidade (CM) bem superiores à taxa nacional (124,4 óbitos/100 mil hab.), enquanto Teixeira de Freitas (103,4/100 mil hab.), Eunápolis (89,1/100 mil hab.), Itamaraju (93,0 óbitos/100 mil hab.) e Porto Seguro (83,4 óbitos/100 mil hab.) apresentam CM inferior à média nacional, mas superior à média estadual (83,1 óbitos/100 mil hab.). Apenas Nova Viçosa e Santa Cruz de Cabrália apresentaram risco de morrer inferior à média estadual.

Quanto ao risco de morrer entre os casos de COVID, apenas Ibicaraí (2,7%) apresenta Taxa de Letalidade (TL) igual ou superior à do Brasil (2,4%), enquanto Coaraci (2,3%), Ilhéus (2,2%), Nova Viçosa (2,1%), Porto Seguro (2,0%) e Itabuna (1,8%) apresentam TL superior à média da Bahia (1,7%), mas inferior à do Brasil em 19/02/2021. Os demais municípios apresentam taxa de letalidade inferior à média estadual (1,7%). Destaque para a baixa letalidade observada em Santa Cruz Cabrália (1,1%).

Quanto à disponibilidade de leitos de UTIs, 19 unidades da Federação apresentavam taxas de ocupação de leitos de UTI acima de 80% em 02/03. Na Bahia, a Sesab informou 1.013 casos ativos da doença internados nos 1.181 leitos de UTI disponíveis no Estado (taxa de ocupação de 86,0%) em 05/03, sendo de 94,0% na Região Sul e de 80,0% no Extremo-Sul. Ressalte-se que novos leitos têm sido reabertos pela Sesab e que o número de leitos em funcionamento é superior ao registrado em 19/02.  

Veja mais detalhes e os gráficos no boletim

 

--> Recomendações para a região: 

O pior cenário previsto se instalou: os casos e óbitos continuam aumentando, há grande pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e, simultaneamente, crise social. Diante desse quadro, ressalta-se a necessidade de adoção de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais, mas também de ações para mitigar os impactos sociais da pandemia.


RECOMENDA-SE:
AOS GOVERNOS: transparência na divulgação das informações relativas à epidemia e à capacidade do SUS de atendimento; conscientizar as pessoas sobre a importância da higiene das mãos e benefícios das medidas de distanciamento social; incentivar o uso de máscaras; preparar o SUS, com reforço de ações de atenção primária e vigilância em saúde, e estruturar redes de testagem; identificar precocemente os casos e fazer isolamentos localizados; implementar boas medidas de distanciamento, evitando lockdowns extensos (impacto econômico e psicológico); calibrar a suspensão dessas medidas; que se mantenha a Taxa de Ocupação de Leitos abaixo de 70%; e a intensificação da vacinação.
AOS MÉDICOS: a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não indica tratamento farmacológico precoce para COVID-19 (nem cloroquina, nem hidroxicloroquina, nem ivermectina, nem azitromicina, nem nitazoxanida, nem corticoide, nem zinco, nem vitaminas, nem anticoagulante, nem ozônio por via retal, nem dióxido de cloro), apenas medicamentos sintomáticos, como analgésicos e antitérmicos (paracetamol e/ou dipirona);
A TODOS OS INDIVÍDUOS: uso de máscara; distanciamento físico de 1,5m ou 1,8m; higienização das mãos; não participar de aglomeração; manter ambientes ventilados/arejados; paciente com sintomas “gripais” deve ficar em isolamento e colher PCR nasal.

 

 

--> Orientações para prevenção: 

 

Aos poucos, a vacinação contra a COVID-19 avança pelo mundo. E, com isso, algumas dúvidas podem surgir. Após receber as duas doses da vacina, ainda é necessário usar máscara? Quem tiver sintomas de COVID-19, mesmo vacinado, deve fazer testes? Quais cuidados devem ser mantidos?


A fim de esclarecer dúvidas desse tipo, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, publicou nesta segunda-feira, dia 08, o primeiro conjunto de recomendações de saúde pública para pessoas totalmente vacinadas contra a COVID-19. Primeiro, é importante entender que uma pessoa é considerada totalmente vacinada após completar duas semanas que recebeu a segunda dose da vacina. Considerando esse entendimento, o CDC, considera que pessoas totalmente vacinadas podem:


• Visitar outras pessoas totalmente vacinadas em casa, sem usar máscaras ou distanciamento físico;
• Visitar pessoas não vacinadas de uma única residência que não fazem parte do grupo de risco para desenvolver a forma grave da COVID-19, sem uso de máscaras ou distanciamento físico;
• Abster-se de quarentena e testes para detecção da COVID-19 após uma exposição conhecida, se estiver assintomático.

Apesar dessas concessões, as pessoas totalmente vacinadas ainda devem:
• Manter todos os cuidados em público, como: usar máscara bem ajustada e manter distanciamento físico;
• Usar máscara, manter distanciamento físico e seguir outras medidas de prevenção ao visitar pessoas não vacinadas que fazem parte do grupo de risco para desenvolver forma grave da COVID-19 e/ou que têm um membro da família não vacinado e que faz parte do grupo de risco para desenvolver forma grave da doença;
• Usar máscara, manter distanciamento físico e seguir outras medidas de prevenção ao visitar pessoas não vacinadas de várias famílias;
• Evitar reuniões pessoais de médio e grande porte;
• Fazer testes se apresentar sintomas de COVID-19;
• Seguir as recomendações do CDC e dos departamentos de saúde para realizar viagens.19

As recomendações descritas sofrerão atualizações considerando o avanço da COVID-19 nas populações, a ampliação dos números de pessoas totalmente vacinadas e outras evoluções/descobertas da Ciência. Portanto, o CDC reitera que, embora as recomendações sejam positivas, é necessário que a maior parte das pessoas esteja totalmente vacinada para que os cuidados possam ser afrouxados.

Como essa realidade ainda não foi alcançada, a recomendação mais segura é a manutenção de todos os cuidados de proteção e prevenção já conhecidos.  

Documento relacionado

Boletim nº 34 do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia (12/03/2021)

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