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Publicada a 29ª edição do Boletim do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Sexta, 06 de Novembro de 2020, 14h12
  • Última atualização em Sexta, 06 de Novembro de 2020, 14h26
  • Acessos: 1724

O Comitê Emergencial de Crise da Pandemia de Covid-19 da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) lançou a 29ª edição do Boletim do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia. O documento contém análises referentes ao período compreendido entre 17 e 30 de outubro de 2020, já na periodicidade quinzenal, abrangendo a situação da região Sul  e Extremo Sul da Bahia diante da pandemia de covid-19. Confira os destaques da edição:

-->Análise do panorama semanal nos municípios do Sul e Extremo Sul:

Em 30/10, do total de 352.700 casos e 7.600 óbitos confirmados na Bahia, 39.771 (11,3% do total) e 928 óbitos (12,3% do total) eram de residentes nos municípios onde a UFSB tem unidade acadêmica e/ou colégio universitário, o que corresponde a um incremento de 1.804 casos e de 35 óbitos em relação ao acumulado (37.967 casos e 893 óbitos) em 16/10. Se nos guiarmos pela média móvel de 2 semanas, observa-se estabilidade na ocorrência de casos e redução de óbitos por COVID-19 no conjunto dos dez municípios

No intervalo de 16 a 30/10, apenas Itamaraju, Santa Cruz de Cabrália e Teixeira de Freitas apresentaram variação positiva da incidência; os demais apresentaram variação negativa (número de casos ocorridos na última quinzena menor do que na quinzena anterior). Entretanto, se nos guiarmos pela média móvel de 2 semanas, observa-se variação positiva da incidência de casos de COVID-19 nos três municípios da Costa do Descobrimento (Eunápolis, Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália) e em Itamaraju. Quanto à ocorrência de óbitos, à exceção de Itabuna, que apresentou incremento da ocorrência de óbitos na última semana, todos os demais municípios apresentaram estabilidade ou variação negativa no período de 17 a 30/10. 

Quanto ao risco de adoecer por COVID-19, apenas Nova Viçosa (1.650,7 casos/100 mil hab.) e Porto Seguro (2.346,6 casos/100 mil hab.) apresentam Taxa de Ataque (TA) inferior à média estadual (2.371,4 casos/100 mil hab.). Os demais municípios apresentam risco de infecção superior à taxa nacional (2.613,4 casos/100 mil hab.), com destaque para a Região Cacaueira: Itabuna (6.538,2/100mil hab.), Coaraci (4.943,2/100 mil hab.), Ilhéus (4.410,2/100 mil hab.) e Ibicaraí (4.269,4/100 mil hab.). Quanto ao risco de morrer por COVID-19, os quatro municípios da Região Cacaueira – Itabuna (157,6 óbitos/100 mil hab.), Ilhéus (154,0 óbitos/100 mil hab.), Coaraci (147,1/100 mil hab.) e Ibicaraí (133,7 óbitos/100 mil hab.) – apresentam coeficientes de mortalidade (CM) superiores à taxa nacional (75,5 óbitos/100 mil hab.), enquanto Eunápolis (64,4/100 mil hab.) e Teixeira de Freitas (57,3/100 mil hab.) apresentam CM inferior à média nacional, mas superior à média estadual (51,1 óbitos/100 mil hab.). Os demais municípios apresentaram risco de morrer inferior à média estadual. 

Quanto ao risco de morrer entre os casos confirmados de COVID-19, apenas Ilhéus (3,5%), Coaraci (3,0%) e Ibicaraí (3,5%) apresentaram Taxa de Letalidade (TL) superior à do Brasil (2,9%), enquanto Itabuna (2,4%) e Nova Viçosa (2,4%) apresenta Taxa de Letalidade superior à média da Bahia (2,2%), mas inferior à do Brasil em 30/10. Os demais municípios apresentaram taxa de letalidade igual (Eunápolis) ou inferior à média estadual. Destaque para a baixa letalidade observada em Itamaraju (1,3%) e Santa Cruz de Cabrália (1,3%). Trata-se de indicador que pode variar enormemente em razão da capacidade de testagem (quanto mais exames, mais diagnósticos de casos leves e assintomáticos e menor TL), a demografia (quanto mais idosa a população, maior o risco de morte pela Covid-19) e condições de acesso à saúde da população (particularmente em relação aos casos críticos, que exigem manejo clínico em UTI e ventilação mecânica). A TL do território analisado foi estimada em 2,4%. 

Quanto à disponibilidade de leitos de UTI e taxa de ocupação, não há informação clara sobre o número de leitos de UTI COVID-19 no território nacional. A SESAB informou no dia 16/10 que 491 (55,0%) dos 894 leitos de UTI existentes no Estado estavam ocupados, sendo a taxa de ocupação de 55,0% no caso de leitos adultos e 61,0% no caso de leitos pediátricos, mas ressalte-se que leitos têm sido fechados pela SESAB. Informou-se uma Taxa de Ocupação de 63,0% na Região Sul e de 56,0% no Extremo-Sul. O recomendado é que se mantenha abaixo de 70% para que se possa flexibilizar as medidas de isolamento social.

Veja mais detalhes e gráficos sobre o período observado no boletim.

 

-->Recomendações para a região: 

Ainda não se pode considerar a epidemia sob controle seja qual for o critério, menos exigente (até 5 casos novos/dia/100 mil hab.) ou mais exigente (1 caso/dia/100 mil hab.). Recomenda-se aos governos máxima transparência na divulgação das informações relativas à epidemia e à capacidade do SUS de atendimento à população (número de leitos clínicos e de UTI para Covid-19 disponíveis e ocupados), a realização de campanha educativa para conscientizar a população acerca dos benefícios das medidas de distanciamento social e calibrar cuidadosamente a suspensão das medidas de distanciamento social para evitar subsequentes ondas da epidemia

Recomenda-se aos médicos muita cautela na prescrição da cloroquina ou da hidroxicloroquina, tendo em vista o risco de efeitos colaterais graves (principalmente arritmia cardíaca) se em associação com um macrolídeo (azitromicina).
Recomenda-se a todos os indivíduos a manutenção das medidas de higiene, do auto-isolamento domiciliar e a utilização de máscaras faciais (caseiras) sempre que precisar sair de casa.

 

-->Mapeando Iniciativas de Enfrentamento:

---- Uma ação diretamente vinculada à campanha “UFSB Solidária” foi realizada no dia 28/10, com a entrega de kits para escolas indígenas tupinambá de Ilhéus. Foram entregues kits contendo máscaras de tecido e de proteção, frascos com solução antisséptica para a higienização das mãos, além de sabões (caseiros e industrializados). A doação somou cerca de 1275 itens. 

Quer saber mais sobre a ação? Leia o texto na íntegra. Quer ajudar a “Campanha UFSB Solidária” e não sabe como?
Como doar:
Fundação de apoio à pesquisa e à extensão
Banco do Brasil
Agência 3832-6
Conta corrente 37.330-3
CNPJ da Fapex: 14.645.162/0001-91

Quem pode doar:
Qualquer pessoa física ou jurídica, entes públicos.
Contato:
O e-mail de contato com a coordenação da campanha é
ufsbsolidaria@ufsb.edu.br.

 

--> Orientações para prevenção: 

Nesta edição, a equipe do Observatório aborda o receio de transmissão de COVID-19 por animais domésticos, o que fez o número de  abandonos aumentar consideravelmente. Acredita-se que isso envolve dois motivos: dificuldades econômicas e medo por falta de conhecimento. Muitas pessoas acreditam que animais domésticos podem transmitir COVID-19 para seres humanos, contudo, os estudos envolvendo a temática, até o momento, invalidam essa afirmação.
A Organização Mundial de Saúde Animal (sigla em inglês OIE) vem desenvolvendo orientações técnicas sobre o assunto, envolvendo serviços veterinários e especialistas técnicos (incluindo testes e quarentena). Só nos Estados Unidos, desde o início da pandemia, pelo menos 2 mil animais foram testados para o coronavírus. Os gatos e cães expostos a proprietários infectados representam a maioria dos animais que foram testados, mas os estudos incluem também animais em fazendas e zoológicos.
No Brasil, o primeiro caso de animal infectado foi registrado em outubro, em uma gata, sem sintomas, que contraiu a doença de seus tutores. Até o momento, não há evidências de que os animais sejam vetores que podem carregar o vírus e infectar outros animais ou seres humanos. Os poucos casos de animais infectados registrados no mundo, provavelmente, foram resultantes do contato próximo com tutores doentes. Também não há evidências de que o vírus permaneça na pele ou pelos dos cães e gatos e nem da transmissão do vírus por urina, fezes ou saliva. 
O médico veterinário Paulo Abílio Varella Lisboa, pesquisador da FIOCRUZ, comenta que não há necessidade de nenhuma mudança. Os donos de
pets devem manter a rotina de cuidados usual com os seus animais, incluindo, vacinação e consultas de emergências. Ele comenta ainda
que, após passeios na rua, é recomendável a higienização das patas e focinho do animal com água e sabão neutro, pois eles podem ter circulado por locais contaminados e levar o vírus para casa. Contudo, também não há estudos que comprovem essa evidência. A higienização das patas dos animais deve ser feita rotineiramente, independente da pandemia por COVID-19. Nunca utilizar álcool em gel ou líquido para higienização dos bichos, pois o álcool pode ocasionar lesões alérgicas ou tópicas.
As pesquisas continuam em andamento, contudo, conclui-se que, até o momento, a principal fonte de transmissão da doença para os animais de estimação são os seres humanos e não ao contrário. Ao invés de perigo, o convívio com animais traz bem estar e contribui para diminuição de estresse e ansiedade.

Veja o texto completo no boletim

 

Documento relacionado

Boletim nº 29 do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia (06/11/2020)

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