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Comitê Emergencial divulgou 27º boletim semanal sobre a pandemia de Covid-19 no Sul da Bahia

  • Publicado: Quarta, 30 de Setembro de 2020, 21h26
  • Última atualização em Quarta, 07 de Outubro de 2020, 16h03
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boletim cec 27 30092020Com a divulgação da 27ª edição do Boletim do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia, o Comitê Emergencial de Crise da Pandemia de Covid-19 da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) avaliou o cenário regional no período compreendido entre os dias 19 a 25 de setembro no Sul e no Extremo Sul do estado da Bahia. Confira os destaques da edição:

-->Análise do panorama semanal nos municípios do Sul e Extremo Sul:

Quanto à situação dos dez municípios onde a UFSB tem Unidade Acadêmica (UA) e/ou colégio universitário (CUNI), do total de 303.058 casos e 6.503 óbitos confirmados na Bahia até 25/09, 34.831 casos (11,5%) e 783 óbitos (12,0%) são de residentes nesses municípios, o que corresponde a um incremento de 1.536 casos (4,6%) e 43 óbitos (5,8%) em relação à semana anterior (33.295 casos e 740 óbitos). No intervalo de 18/09 a 25/09, Coaraci (91,4%), Porto Seguro (72,0%), Santa Cruz de Cabrália (39,1%) e Teixeira de Freitas (32,0%) apresentaram variação positiva da incidência (número de casos ocorridos na semana de 19-25/09 maior do que na semana de 12-18/09); os demais apresentaram variação negativa (média de -2,8%). Merece destaque a redução observada em Ilhéus (-45,6%), Ibicaraí (-42,6%), Eunápolis (-34,8%), Nova Viçosa (-30,0%) e Itamaraju (-29,0%). Se nos guiarmos pela média móvel de 2 semanas, observa-se estabilidade na ocorrência de casos de COVID-19 nesses municípios.

Quanto à ocorrência de óbitos, à exceção da variação positiva observada em Coaraci (50,0%), Porto Seguro (100,0%) e Teixeira de Freitas (300,0%), os demais municípios apresentaram variação nula (Itamaraju e Nova Viçosa) ou negativa, com redução média de 36,8% no número de óbitos ocorridos na semana de 19 a 25/09 na comparação com a semana de 12 a 18/09, com destaque para a redução observada em Eunápolis (-100,0%), Ibicaraí (-75,0%), Ilhéus (-76,9%) e Itabuna (-41,7%). Se nos guiarmos pela média móvel de 2 semanas, também se observa redução no número de óbitos.


Quanto ao risco de adoecer por COVID-19, apenas Nova Viçosa (1.431,7 casos/100 mil hab.) apresenta Taxa de Ataque (TA) inferior à média estadual (2.037,6 casos/100 mil hab.), enquanto Porto Seguro (1.933,6/100 mil hab.) apresenta TA superior à média estadual (2.037,6/100 mil hab.), mas inferior à nacional (2.221,5/100 mil hab.). Os demais municípios apresentam risco de infecção superior à taxa nacional, destaque para a Região Cacaueira: Itabuna (5.929,0/100 mil hab.), Ilhéus (4.056,0/100 mil hab.), Ibicaraí (3.462,6/100 mil hab.) e Coaraci (3.283,7/100 mil hab.).


Quanto ao risco de morrer por COVID-19, Ilhéus (136,1 óbitos/100 mil hab.), Itabuna (129,0 óbitos/100 mil hab.), Ibicaraí (110,7 óbitos/100 mil hab.) e Coaraci (105,9/100 mil hab.) apresentam coeficientes de mortalidade (CM) superiores à taxa nacional (66,6 óbitos/100 mil hab.), enquanto Eunápolis (49,4/100 mil hab.) e Teixeira de Freitas (50,5/100 mil hab.) apresentam CM inferior à média nacional, mas superior à média estadual (43,7 óbitos/100 mil hab.). Os demais municípios apresentaram risco de morrer inferior à média estadual. Quanto ao risco de morrer entre os já infectados pela COVID-19, apenas Ilhéus (3,4%), Coaraci (3,2%) e Ibicaraí (3,2%) apresentaram taxa de letalidade superior à do Brasil (3,0%), enquanto Itabuna (2,2%) apresenta Taxa de Letalidade superior à média da Bahia (2,1%), mas inferior à do Brasil em 25/09. Os demais municípios apresentaram taxa de letalidade igual (Nova Viçosa) ou inferior à média estadual. 

Destaque para a baixa letalidade observada em Itamaraju (1,3%) e Santa Cruz de Cabrália (1,5%). Trata-se de indicador que permite avaliar a qualidade da assistência, mas que sofre grande influência do perfil demográfico, do acesso oportuno aos serviços de saúde e da cobertura da testagem, que define o denominador. Quanto à disponibilidade de leitos de UTI e à taxa de ocupação, não há informação clara sobre o número de leitos de UTI COVID-19 no território nacional. A SESAB informou no dia 25/09 que 535 (51,0%) dos 1.053 leitos de UTI existentes no Estado estavam ocupados, sendo de 51,0% no caso de leitos adultos e 42,0% no caso de leitos pediátricos. Informou-se uma Taxa de Ocupação de 69,0% na Região Sul e de 64,0% no Extremo-Sul. O recomendado é que se mantenha abaixo de 70% para que se possa flexibilizar as medidas de isolamento social sem risco de desassistência, mas ressalte-se que novos leitos têm sido abertos pela SESAB.

Veja mais detalhes do período observado no boletim.

 

-->Recomendações para a região: 

A despeito da relativa estabilidade observada na ocorrência de casos de COVID-19 na Bahia na semana de 19 a 25/09 na comparação com a semana de 12 a 18/09 (média de 10,6 casos/dia/100 mil hab.), ainda não se pode considerar a epidemia sob controle seja qual for o critério, menos exigente (até 5 casos novos/dia/100 mil hab.) ou mais exigente (não mais que 1 caso/dia/100 mil hab.), tendo em vista também o aumento na ocorrência de óbitos.

Recomenda-se aos governos cautela na flexibilização das medidas de redução de fluxo de pessoas e da oferta de leitos de UTI, e máxima transparência na divulgação das informações relativas à epidemia e à capacidade do SUS de atendimento à população (número de leitos clínicos e de UTI para Covid-19 disponíveis e ocupados). Em verdade, os municípios não têm como controlar a pandemia isoladamente, mesmo adotando políticas responsáveis, pois há ações que precisariam ser regionais, estaduais e interestaduais se quisermos que sejam efetivas.

Recomenda-se aos médicos muita cautela na prescrição da cloroquina ou da hidroxicloroquina, tendo em vista o risco de efeitos colaterais graves (principalmente arritmia cardíaca) se em associação com um macrolídeo (azitromicina).
Recomenda-se a todos os indivíduos a manutenção das medidas de higiene, do auto-isolamento domiciliar e a utilização de máscaras faciais (caseiras) sempre que precisar sair de casa.

 

-->Mapeando Iniciativas de Enfrentamento:

---- No último sábado (26) aconteceu o lançamento da versão acessível do curta metragem de animação Oríkì – projeto apoiado no Edital
Prosis 07/2020 (ações de enfrentamento da pandemia). O filme é resultado dos projetos de extensão "Oríkì: a pandemia e a cosmovisão dos povos de terreiro" e "Ìtàn: Contando História de Orixás com Cinema de Animação”. A ação é coordenada pela professora Pâmela Peregrino e o curta foi produzido durante a quarentena por estudantes, professoras da UFSB, membros da comunidade externa e integrantes do Terreiro Abassá da Deusa Òsùn de Idjemim. Realizado de forma remota em respeito às orientações de afastamento social.
Quer conhecer o projeto? Leia na
Edição nº 14 do Boletim.
O curta metragem de animação está disponível online no link:
https://youtu.be/jwKemDE9s-g

---- Na tarde desta quarta-feira (30) aconteceu o pré-lançamento do projeto de extensão “Rede Nativa: uma plataforma de diálogo, participação e cooperação no enfrentamento e mitigação dos impactos da Covid-19 na Costa do Descobrimento”. O projeto é coordenado pela professora Valeria Gianella e tem apoio do Edital Prosis 07/2020 (ações de enfrentamento da pandemia). Quer conhecer a iniciativa? Leia a entrevista com a coordenadora do projeto na Edição nº 13 do Boletim.
Acompanhe a plataforma em:
www.redenativa.org.br

--> Orientações para prevenção: 

Nesta edição, a equipe do Observatório aborda os cuidados de biossegurança durante as atividades de campanha eleitoral, neste ano de disputa pelos cargos de prefeitos e vice-prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Conforme o boletim, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou o Plano de Segurança Sanitária para as Eleições Municipais de 2020. O documento foi organizado por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein e traz detalhado protocolo com medidas preventivas que incluem desde o período de campanhas até o dia da votação.
Para o atual momento, de realização das campanhas eleitorais, o Plano traz as seguintes recomendações, as quais devem ser consideradas pelos/as candidatos/as e representantes de partidos políticos:
- Evitar promover eventos com grande número de pessoas: qualquer evento que ocasione aglomeração de pessoas, como comícios, caminhadas e carreatas deve ser evitado.
- Orientar o uso correto de máscaras por todos os participantes durante os eventos de campanha: os/as candidatos/as podem e devem dar exemplo utilizando e incentivando o uso de máscaras durante encontros e reuniões.
- Utilizar espaços amplos e abertos para contato com outras pessoas e evitar aglomerações.
- Evitar a distribuição de material impresso: os informes e panfletos impressos devem dar lugar ao marketing digital.

Veja mais detalhes sobre as recomendações no boletim

 

Documento relacionado

Boletim nº 27 do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia (30/09/2020)

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