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Pesquisa da UFSB resulta em invento de novo repelente contra mosquito da dengue

Escrito por Heleno Rocha Nazário | Publicado: Quinta, 12 de Dezembro de 2024, 10h51 | Última atualização em Quinta, 12 de Dezembro de 2024, 16h49 | Acessos: 351

WhatsApp Image 2024 12 12 at 12.52.13Mais um invento que resultou de pesquisas conduzidas na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) teve encaminhamento de proteção intelectual. A Coordenação de Criação e Inovação da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (CCI/PROPPG) realizou o depósito de um pedido de patente do Repelente tópico de Piper macedoi contra mosquitos (número do pedido: BR 10 2024 022258 0) junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no dia 25 de outubro de 2024. O documento se refere a um novo creme repelente que contém extrato da planta Piper macedoi, popularmente conhecida como pimenta-de-macaco, desenvolvido em pesquisa feita no Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Biodiversidade (PPGSAB) e que atua contra o Aedes aegypti, importante vetor de arboviroses como dengue, zika, chigungunya e febre amarela.  A lista de inventores é composta por Gisele Lopes de Oliveira, Ana Paula Oliveira Souza Dias, Yago Soares Fonseca, Ana Luiza Coutinho Matos Santana, Gabriela da Cruz Martins, Thiago Soares Rocha, Victor Neves dos Santos, Luanna Chácara Pires e Sebastião Rodrigo Ferreira.

O processo de redação do documento de pedido da patente contou com o apoio do programa de mentoria do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), através da orientação do pesquisador Hélio Santa Rosa. O programa de mentoria na UFSB é desenvolvido por intermédio da CCI .

De acordo com a professora Gisele Lopes Oliveira, que atua no Centro de Formação em Ciências da Saúde (CFCS) da UFSB, "as pesquisas com Piper macedoi iniciaram em 2016 de forma inédita, com os primeiros testes sobre o potencial biológico dessa espécie realizado por nosso grupo de pesquisa (Biodiversidade e Saúde – BIOSA), apresentando interessantes atividades carrapaticida, leishmanicida e larvicida contra Aedes aegypti. Avançamos então nos estudos com o Aedes aegypti, com testes inseticidas contra mosquitos adultos e observamos uma possível ação repelente, pensamos então na ideia de um repelente natural". De 2018 para 2019 a equipe teve os primeiros resultados preliminares com o repelente proposto, mas ainda era necessário ajustar a formulação e as concentrações. O início do Programa de Pós-graduação em Saúde, Ambiente e Biodiversidade em 2021 permitiu a reoganização da proposta do repelente através da dissertação de mestrado da egressa Ana Paula Dias e a finalização dos experimentos "com resultados excelentes", afirma a pesquisadora.

 

 

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Repelente natural

O diferencial do repelente desenvolvido pela equipe de pesquisadores e inventores é que é natural, diferente dos repelentes sintéticos já comercializados. O novo repelente proposto é formado por uma base de creme neutra à qual se adiciona apenas o óleo essencial de pimenta-de-macaco. O repelente permanece na pele por um período de até quatro horas. A professora Gisele conta que para chegar a essa proposta, a pesquisa teve sua etapa de testes avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

Com esse aval, a equipe aplicou o repelente, composto do óleo essencial em diferentes concentrações, nos antebraços de voluntários. Os ovos dos mosquitos, livres de vírus, foram doados pelo criadouro do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) e os mosquitos foram criados em gaiolas no Laboratório Interdisciplinar I do Campus Paulo Freire.

WhatsApp Image 2024 12 12 at 12.56.25"O repelente proposto era passado no voluntário e o mesmo deveria manter o braço exposto dentro da gaiola com cerca de 25 mosquitos fêmeas por um determinado período. O número de pousos e/ou picadas eram contados e avaliados. Os testes seguiram os padrões internacionais e orientados pela OMS. Por se tratar de um produto cosmético, não medicamento, e seguindo as normas da ANVISA, não é necessário seguir todos os passos de testes farmacológicos, como testes em animais, como muitos pensam, por isso foi realizado diretamente no ser humano", explica a professora Gisele.

Com o depósito de pedido de patente para o invento, a próxima etapa é buscar parcerias para produção em escala. A inventora afirma que está em avaliação a possibilidade de fazer parceria com alguma indústria para tentar viabilizar a produção e, em paralelo, uma parceria na área de agronomia para cultivo e domesticação da pimenta-de-macaco, uma vez que se trata de planta nativa ainda não domesticada para cultivo em grande escala. A equipe de pesquisa também segue trabalhando com outras espécies da Mata Atlântica do Extremo Sul da Bahia, como Protium heptaphyllum (amescla), Schinus terebinthifolia (aroeira) e Ocotea sp. (sassafrás).

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