[ON-LINE] Bate papo com autores e lançamento dos livros do Projeto Transfluência
O que: Bate papo com autores e lançamento dos livros do Projeto Transfluência
Quando: Dia 29 de abril de 2021, às 19h
Onde: Youtube da Editus [https://www.youtube.com/watch?v=8ix2PxOQZJI]
Leituras Contracoloniais, Escritas Contrahegemônicas
A Coordenação Editorial do Projeto Transfluência, por meio da parceria interinstitucional firmada entre o Programa de Pós-graduação em Ensino e Relações Étnico-Raciais / PPGER e a Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz/ Editus-UESC, convidam para o lançamento dos livros de Raíssa Félix, Kauan Almeida e Ademar Cirne. Os livros foram produzidos com recursos financeiros do Edital PROPPG 01/2020 - UFSB.
Sinopse: Um percurso de apenas cerca de 40 minutos a partir da minha casa e que me levaria a um universo inimaginável. Volta Miúda me fez revolucionária, porque me fez sentir. Relatar esta caminhada nada mais é do que explicitá-la a partir de um ponto de vista possível. E há muitos. Conceber e internalizar a ideia desta multiplicidade, em contraponto ao vício da dicotomia excludente, já é, em si, um resultado deste percurso de pesquisa. As respostas prontas, mitos, eram ineptas a explicar à mestiça a composição cênica da sua liberdade. Este ser dissonante da coisificação e mercantilização da vida e relações humanas, que advoga por uma liberdade – esta utopia que está lá no horizonte – de formar-se, comportar-se, de sentir. O exercício do sentir se fez prática decolonial e a escuta dos mais velhos um instrumento guia para um encontro. Este livro, como ato memorial, é relato de sentimentos, percepções, pesquisas, análises, conversas com a comunidade quilombola de Volta Miúda.
Links de acesso ao livro Volta Miúda: quilombo, memória e emancipação:
http://books.scielo.org/id/kynm8
Sinopse: Embora a coisa de se dizer bicha e preta sempre seja lida como uma tragédia social, alvo das discriminações mais diversas, é desde este local que enuncio as possibilidades de inventar narrativas alterizadas. Recontar nossas histórias negras e dissidentes sexuais para erigir cuírlombos, conceito que tomo de empréstimo da Tatiana Nascimento (2018). Deste duplo local, que é uma paisagem em movimento, produzimos ferramentas conceituais que desmantelam o que, durante muito tempo, nas comunidades negras, se costumou chamar de “praga branca”, como se a negritude fosse uma experiência que se afirmasse unicamente na heterossexualidade. Por isso, digo a você, leitora, que embora a constituição colonial de nossas instituições esteja pronta para nos esmagar, elas nunca serão grandes o suficiente para estrangular nossa capacidade de imaginar, de criar, de produzir bonitezas para além das visualidades estanques que nos acostumaram. O banzo não é capaz de deter os fluxos das diferenças dos corpos que, lançados no oceano, nos molham os pés à praia. E chego à escola, o meu local de pesquisa. Ta-Nehisi Coates (2015, p. 32) diz que “se você não compreender as ruas, terá desistido do seu corpo agora. Mas se não compreender as escolas, desistirá do seu corpo depois”.
Links de acesso ao livro Ficções do Ser: o entre-lugar de bichas pretas na escola
http://books.scielo.org/id/rkfq3
Sinopse: Diante da constatação de que, de modo geral, não ocorreram mudanças no currículo das escolas após a implantação da Lei 10.639/2003, esta temática foi objeto de pesquisa pelo autor, objetivando analisar a diversidade da sociedade, procurando, por meio de um modelo de educação fundamentado nos princípios do multiculturalismo crítico, contribuir para a construção de uma sociedade cada vez mais justa e igualitária, onde os espaços de educação formal não mais tratem as crianças de religiões de matriz africana de forma preconceituosa e racista. Ressalta-se a importância do estudo do continente africano e da sua história, o processo de colonização da África, assim como o início do processo de transferência dos negros africanos para o continente americano. Esse resgate histórico embasou o problema norteador da pesquisa que gerou esta obra, ou seja, a percepção, a partir da visão das crianças e jovens de terreiro, de como eles sofrem o racismo religioso no ambiente escolar e como estas ações têm afetado a construção de sua identidade religiosa, sua autoestima e sua vida. A pesquisa de campo foi realizada em dois espaços religiosos de matriz africana: Terreiros Ilê Axé Odara (Itabuna/BA) e Ilê Axé Oxumarê (Salvador/BA).
Links de acesso ao livro Racismo Religioso em Escolas da Bahia: autoafirmação e inclusão de crianças e jovens de terreiro
http://books.scielo.org/id/qfnhd
Agradecimentos
Um livro, uma série de livros, não se concebe e nem se faz com poucas pessoas envolvidas. Há muito a agradecer. Mesmo correndo o risco de deixar de fora algum nome, e pedindo antecipadamente desculpas se isso ocorrer, agradecemos aos coordenadores locais do PPGER, Eliana Póvoas Pereira Estrela Brito e Gilson Brandão de Oliveira Junior. Ao coletivo de professores e discentes, e especificamente aqueles que trabalharam na Comissão de Seleção das obras: Hamilton Richard A. F. Santos, Francisco A. Nascimento Junior, Yuri Miguel Macedo (do campus Sosígenes Costa, PPGER Porto Seguro); Rebeca Valadão Bussinger, Francisco Antônio Nunes Neto, Paulo César Pereira de Jesus (do campus Paulo Freire, PPGER Teixeira de Freitas); Apoena Dandara Silva Santos (do campus Jorge Amado, PPGER Itabuna). Agradecemos a Rita Virgínia Argollo, Sabrina Nascimento, Conselho Editorial e toda equipe da Editus, parceria indispensável neste projeto. À equipe de revisores, José Pedro de Carvalho Neto e Tess Chamusca Pirajá. À equipe de artistas gráficos, Lia Cunha e Tiago Ribeiro. Às instituições Universidade Federal do Sul da Bahia e Universidade Estadual de Santa Cruz, com suas equipes de servidores públicos que viabilizaram cada passo do processo. Agradecemos aos autores que inauguram esta série de livros: Raíssa Félix, Kauan Almeida e Ademar Cirne, pelas trocas e aprendizados mútuos nesta tarefa de fazer chegar ao mundo dos livros seus percursos de pesquisa. Agradecemos, por fim e por início, a Kabengele Munanga: nosso mais velho, prefaciador das três obras iniciais da série Transfluência, companhia que nos honra, nos fortalece, nos alegra, ao nos acolher e nos ensinar tanto e ao modo firme dos aquilombamentos ancestrais.
Cynthia Cy Barra e Laura Castro
Coordenação Editorial do Projeto Transfluência
Itabuna; Salvador, Bahia, abril de 2021.
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