Reitora Joana participa de reunião do presidente Lula com gestores das IFES em Brasília
A reunião realizada nesta quinta-feira (19) entre reitores de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana, e da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos, marcou uma inflexão importante no tratamento do governo para com as universidades e institutos federais, frente ao visto e vivido nos últimos anos. Depois de tantos ataques verbais e orçamentários sofridos na gestão anterior, o novo governo promoveu o encontro com gestoras e gestores das IFES para apresentar a visão que o mandato pretende implantar para o ensino superior, incluindo os pilares do ensino, pesquisa e extensão. No decorrer da solenidade, que foi transmitida pela EBC (assista aqui), discursaram a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, Sandra Goulart; da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Joana Angélica Guimarães da Luz, e o reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Zagury Tourinho. Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria-geral da Presidência, Márcio Macêdo, também estiveram presentes à reunião.
Essa mudança é, na verdade, uma retomada da prática de encontros anuais entre a Presidência da República, ministros e dirigentes das instituições de ensino, iniciados na gestão de Fernando Haddad à frente do Ministério da Educação (2005-2012), durante os governos Lula e Dilma Rousseff.
O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou o papel da educação como um dos maiores serviços que um governo pode prestar ao seu povo. Ele apresentou o seu secretariado e reafirmou que o governo Lula é um governo de diálogo e que abre suas portas para as instituições de ensino superior. "Nenhum país se desenvolve sem investir em educação, em ciência e em tecnologia", afirmou o ministro, reforçando que esse é um governo que vai retomar o investimento e o respeito para com o ensino superior. O ministro destacou os desafios do acesso ao ensino superior, a evasão escolar e o desmonte do setor durante o governo anterior. Camilo Santana reforçou uma vez mais que os investimentos serão retomados para garantir a evolução da educação pública no Brasil.
O presidente Luís Inácio Lula da Silva iniciou o discurso com emoção ao comentar que nunca tinha visto o povo negar a politica e ser tomado pelo ódio, destacando que o risco da extrema-direita se apresenta mundialmente, não apenas no Brasil. Ele também homenageou o falecido reitor da UFSC Luis Carlos Cancillier, caso que marcou o período de intensa perseguição ao progressismo e às universidades federais.
O presidente Lula tambem reforçou o diálogo e o investimento para que as universidades públicas contribuam para a reconstrução do Brasil, para a busca de inovações para os desafios do mundo do trabalho atual e para o novo olhar para questões ambientais, raciais e sociais. Relembrando as marcas de seus governos no investimento em educação e na criação e expansão de universidades e institutos federais para além dos centros metropolitanos, o presidente Lula se comprometeu a repetir anualmente essa reunião com os dirigentes das IFES, de modo que demandas possam ser apresentadas e novos rumos possam ser apresentados na relação IFES-Governo Federal.
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou que as universidades são um patrimônio da inteligência brasileira e defendeu que, apenas por meio da ciência, é possível resolver os problemas do país, em diferentes esferas. Para isso, segundo ela, será preciso resgatar valores civilizatórios, ignorados e até combatidos nos últimos anos. A ministra advogou ainda a necessidade de um ambiente democrático para o desenvolvimento da ciência e afirmou que, à frente da pasta, terá atuação incansável para assegurar os recursos necessários para a ciência e a tecnologia brasileiras.
A reitora da UFSB, professora Joana Angélica Guimarães da Luz, abriu seu discurso falando das novíssimas universidades federais, as últimas criadas no governo da presidenta Dilma Rousseff: Universidade Federal do Cariri (UFCA), Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Universidade Federal do Sul e Sudoeste do Pará (UNIFESSPA) e a própria UFSB. Joana apontou que em seguida ao início das atividades houve o impeachment que tirou a presidenta Dilma do poder, o que afetou negativamente os processos de implantação dessas instituições. É por esse motivo que, afirmou a reitora Joana, "este ano completaremos dez anos da sanção das nossas leis de criação e continuamos com metade do quadro de servidores previsto", demonstrando um aspecto do prejuízo causado ao processo de expansão da educação superior iniciada no primeiro governo do PT.
Uma vez que essas instituições foram criadas para funcionar em regiões onde grande parte dos jovens não tinham a universidade como perspectiva, argumentou a reitora, as comunidades ali existentes precisam do vínculo com as universidades para que sua juventude entenda que o ensino superior é uma possibilidade aberta para elas. "Me lembro de numa das audiências públicas que fizemos quando da implantação da UFSB e um garoto que estava concluindo o ensino médio num pequeno município da região disse que para ser frentista do posto de gasolina ele já tinha o suficiente. Isso nos faz concluir que o processo de inclusão com o aumento de vagas é importante mas, tão importante quanto, é a presença da universidade no cotidiano das periferias das nossas cidades e nos rincões mais longínquos desse Brasil afora", destacou a professora Joana. A gestora destacou ainda os projetos de pólos da UFSB em comunidades quilombolas e indígenas como forma de estabelecer esses laços, e a demanda pelo investimento em políticas de assistência estudantil para manter os jovens em sala de aula em função da conclusão dos estudos: "Para muitos, a escolha é entre comer ou estudar, e precisamos garantir as duas coisas".
Com informações da EBC e da ASCOM/UFMG
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