Curso de Especialização em Agroecologia e Educação do Campo realiza aula inaugural
Na sexta-feira, 05 de abril, no Campus Paulo Freire da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), foi realizada a aula inaugural pública do Curso de Pós-Graduação em Agroecologia e Educação do Campo (PGAEC). O evento teve como tema “Agroecologia e Educação do Campo na atual conjuntura: perspectivas e desafios” e reuniu cerca de 200 pessoas. Além dos estudantes do curso de pós-graduação, estiveram presentes estudantes do 1º e 2º ciclos da UFSB, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e do Instituto Federal Baiano; professores das instituições citadas, da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, da rede pública municipal e estadual, bem como outros interessados da comunidade de Teixeira de Freitas e região.
A aula foi aberta com um momento de mística relacionada à defesa do direito a terra, ao território e a democracia. Também houve uma homenagem aos mortos pela ditadura militar brasileira e àqueles/as que lutam por uma sociedade mais justa, a exemplo da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, brutalmente assassinada no ano passado. A mística foi preparada por estudantes da PGAEC e integrantes do assentamento Bela Manhã do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Maria Nalva Rodrigues Bogo, professora do Departamento de Educação da UNEB (Campus X), uma das palestrantes da aula inaugural, fez um histórico da Educação do Campo no Brasil. Enfatizou a importância da luta popular dos movimentos sociais para a conquista de políticas públicas no âmbito da Educação do Campo. Para ela, a concentração da terra, o avanço das monoculturas, a retirada de direitos constitucionais e a redução de recursos financeiros são grandes entraves para o avanço da Educação do Campo e da Agroecologia.
De acordo com o professor Erineu Foerste, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), a Educação do Campo precisa ser fortalecida tanto no nível básico quanto no superior. Ao relatar o percurso da Educação do Campo no estado do Espírito Santo (ES), destacou o papel central dos movimentos sociais do campo para que a Universidade se abrisse às demandas dos agricultores e agricultoras por educação. Segundo ele, esta luta levou à criação de cursos de graduação e pós-graduação com foco na Educação do Campo.
A professora Gerda Foerste, também do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFES, tratou da necessidade de contextualização do conhecimento acadêmico quando em diálogo com as comunidades do campo. Com base na trajetória de lutas das comunidades tradicionais do ES por educação, ela reforçou a necessidade de uma perspectiva intercultural em projetos de Educação do Campo.
Após as falas dos palestrantes, houve intenso debate a partir de considerações e perguntas feitas por diversos participantes. A aula inaugural foi encerrada com um lanche coletivo organizado pelos estudantes do Curso de Pós-Graduação em Agroecologia e Educação do Campo.
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Texto e fotos encaminhados por Frederico Neves
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