Mestranda do PPGER vence prêmio por prática pedagógica antirracista em creche
A educadora e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino e Relações Étnico-Raciais (PPGER) do Campus Jorge Amado (CJA) Cristiane Santos de Melo foi a vencedora da etapa estadual do 11º Prêmio Professores do Brasil (PPB), do Ministério da Educação (MEC).
Ela foi agraciada na categoria Creche, pelo trabalho Meu cabelo, Minha raiz, desenvolvido no Centro de Educação Infantil Dr. Djalma Ramos, no município de Lauro de Freitas.
Agora, Cristiane vai concorrer na etapa regional e, se vencer, na nacional. Todas as fases do PPB 2018 serão supervisionadas pela Coordenação Nacional do Prêmio, composta por representantes da Secretaria de Educação Básica do MEC e do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Conforme o sítio eletrônico do MEC, a premiação tem cinco objetivos, dentre os quais se destaca: “reconhecer o trabalho dos professores das redes públicas que, no exercício da atividade docentes, contribuem de forma relevante para a qualidade da Educação Básica no Brasil.”
A educadora e mestranda conta que o CMEI Dr. Djalma Ramos trabalha há 5 anos com uma educação antirracista para crianças de 0 a 5 anos. “No ano de 2017, todos(as) trabalharam no projeto: Ruim pra quê? Ruim pra quem?, mas cada sala construiu proposições metodológicas de acordo com a demanda do grupo”, exemplificou Cristiane.
Sobre o projeto premiado, ela explica que, “ao longo desses 5 anos, percebemos que nossas crianças pequenas não aceitavam seu cabelo crespo e o seu corpo negro, ambos símbolos de nossa identidade negra. Diante disso, surgiu o projeto: Meu cabelo, minha raiz!, que teve duração de quatro meses e foi desenvolvido com crianças de 3 e 4 anos, por meio de diferentes atividades como pintura corporal, relaxamento na água, construção com argila e embelezamento.”
Cristiane afirma com orgulho que seu fazer pedagógico na creche tem relação direta com a pesquisa no PPGER/CJA, sob orientação da professora Cynthia Barra.
Na opinião da educadora, “precisamos continuar a construir práticas escolares que respeitem a alteridade afrobrasileira que nos compõe, práticas que transponham o muro da escola rumo a uma educação antirracista, que culminem em tentativas de decolonizar o pensamento de uma sociedade que valida modelos patriarcais, na qual racismo, violência contra mulher, homofobia, intolerância religiosa são naturalizadas.”
Ao longo de dez edições, o PPB contou com a participação de 44.286 professores da educação básica de todo o País, totalizando 334 premiados.
Nesta 11ª edição serão distribuídos R$ 305 mil em premiação em dinheiro, além de viagens educativas no Brasil e exterior e placas para as escolas.
Redes Sociais