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Estudo desenvolvido e orientado por tupinambás trata da educação escolar indígena

Publicado: Sexta, 04 de Outubro de 2019, 12h02 | Última atualização em Sexta, 18 de Outubro de 2019, 16h05 | Acessos: 6287

defesa katu 02

A dissertação desenvolvida pelo mestrando Katu Tupinambá (Admilson Silva Amaral) – escolhido pela comunidade Tupinambá para atuar como diretor da Escola Estadual Indígena Tupinambá de Abaeté - EEITA desde 2017, ano em que também iniciou seus estudos no PPGER-CJA – apresentou os resultados de um desafiador processo de construção e consolidação da EEITA, trabalho diário desenvolvido a partir de preceitos basilares da educação escolar indígena: intercultural, bilíngue, específica, diferenciada, autônoma e comunitária. O desafio encampado pelo diretor da EEITA, e agora mestre pela UFSB, juntamente com a comunidade Tupinambá de Abaeté, se deu no âmbito pedagógico, administrativo (busca de condições e melhoramentos na infraestrutura escolar) e sobretudo político, uma vez que, parafraseando a dissertação de Katu Tupinambá, ao reconhecer a EEITA, “o Estado da Bahia bem como a região fortalece o reconhecimento da existência do povo Tupinambá”.

A pesquisa, que resultou na defesa do último dia 28, contou com a orientação do professor Casé Angatu Xukuru Tupinambá (Carlos José Ferreira dos Santos), professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e docente permanente do PPGER – CJA da UFSB.  Conforme relatou o mestrando Katu Tupinambá, “acreditamos que se trata da primeira defesa de mestrado com orientando e orientador indígenas, realizada em território indígena (no distrito de Olivença, Ilhéus – BA), um marco histórico para a luta dos povos tradicionais, para o reconhecimento do povo Tupinambá, para o fortalecimento do PPGER e da UFSB.” 

A banca de avaliação contou ainda com a presença da professora Francismary Silva (UFSB / PPGER – CJA) e do professor Maurício Pinheiro (FIG/UNIMESP), além de parecer técnico da professora Flávia Cristina de Mello (UESC/DFCH) e suplência da professora Cynthia de Cássia Santos Barra (UFSB / PPGER – CJA). Também prestigiaram o evento diversos caciques e lideranças indígenas, membros(as) da comunidade Tupinambá de Olivença, mestrandas do PPGER/CJA, pesquisadores da UFSB e da UESC, entre outras instituições e participantes.

 


 

  • De que trata a pesquisa? Como o tema foi escolhido?

A pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ensino e Relações Étnico-Raciais do CJA, e trata do desafiador processo de construção e consolidação da Escola Estadual Indígena Tupinambá de Abaeté (EEITA). Como o autor é diretor da escola, o tema faz parte das atividades desenvolvidas cotidianas inerentes à função. Destaca-se, também, a importante etapa de formação no PPGER/CJA para desenvolvimento das atividades na EEITA.

 

  • Como foi feita? Qual a sua importância?

A pesquisa foi desenvolvida com construção de relato histórico e desenvolvimento de atividades decoloniais, como por exemplo na proposição de disciplinas e atividades escolares voltadas à educação escolar indígena que atendam especificamente às demandas do povo Tupinambá. A pesquisa é de suma importância, pois acarretou no reconhecimento, pelo Estado da Bahia, da EEITA, o que por sua vez fortalece o reconhecimento da existência do povo Tupinambá. 

  • O que os resultados indicam/informam? Quais as contribuições que essa pesquisa trouxe?

O desafio encampado pelo diretor da EEITA e agora mestre pela UFSB, juntamente com a comunidade Tupinambá de Abaeté, se deu no âmbito pedagógico, administrativo (busca de condições e melhoramentos na infraestrutura escolar) e sobretudo político. Acreditamos que se trata da primeira defesa de mestrado com orientando e orientador indígenas, realizada em território indígena (no distrito de Olivença, Ilhéus – BA), um marco histórico para a luta dos povos tradicionais, para o reconhecimento do povo Tupinambá, para o fortalecimento do PPGER e da UFSB.  

 

Texto por Katu Tupinambá, Casé Angatu, Cynthia de Cássia Santos Barra e Francismary Silva

Créditos das fotos: Cynthia de Cássia Santos Barra

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