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Projeto de pesquisa investiga espécies e área de ocorrência de anfíbios anuros em Porto Seguro

Escrito por Heleno Rocha Nazário | Publicado: Quinta, 22 de Agosto de 2019, 15h20 | Última atualização em Sexta, 18 de Outubro de 2019, 16h05 | Acessos: 6358

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal do Sul da Bahia, no Campus Sosígenes Costa, em Porto Seguro, está construindo um inventário de espécies de anfíbios (sapos, rãs e pererecas) da Mata Atlântica. O estudo, liderado pelo professor e biólogo Luiz Norberto Weber, é responsável por pelo menos uma descrição de uma espécie até então desconhecida na literatura científica.

A relevância de estudos com esse intuito se baseia na necessidade de conhecer fauna e flora para preservar ecossistemas e os equilíbrios entre populações. Se uma espécie que se alimenta de insetos desaparece, isso afeta as cadeias alimentares e os tamanhos das populações, e as consequências prejudicam mata, campo e cidade. Com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) desde 2015, o projeto Taxonomia Integrativa da Fauna de Anfíbios Anuros do Sul da Bahia também percebeu que algumas espécies de anfíbios estão aparecendo em outras áreas de Porto Seguro, indicando que ainda há bastante a estudar para compreender essa fração da biodiversidade e como ela se articula com as alterações que o homem provoca no ambiente. 

O professor Luiz conta mais detalhes da pesquisa para o UFSB Ciência. 

 


Dendropsophus bipunctatus crédito Luiz WeberDe que trata a pesquisa?

   O projeto intitulado Taxonomia Integrativa da Fauna de Anfíbios Anuros do Sul da Bahia, financiado pela FAPESB no Edital Universal de 2015, propõe aumentar o status de conhecimento a respeito da fauna de anfíbios anuros, dando enfoque para questões taxonômicas e de história natural das espécies encontradas na Mata Atlântica no Município de Porto Seguro, Bahia, localizado no Sul do Estado.  

Qual a contribuição dos resultados obtidos até o momento para o avanço do projeto?

   Até agora inventariamos mais de 40 espécies de anfíbios. A maior parte do material proveniente da RPPN Estação Veracel. Alguns resultados foram apresentados em trabalhos em eventos científicos, como descrições de formas larvares inéditas no último Congresso Brasileiro de Herpetologia

 
O projeto inventariou 40 espécies de anfíbios, como a Dendropsophus bipunctatus.
Crédito: prof. Luiz Weber.

 
Como foi feita a pesquisa?
 
   Ocorreram expedições na área da RPPN, no período diurno e noturno. Exemplares eram coletados, identificados e depositados no acervo da Coleção de Zoologia da UFSB, da qual sou curador. Contamos com cerca de 500 exemplares atualmente de adultos e cerca de 44 espécies identificadas. O acervo de formas larvares está sendo catalogado também. As espécies identificadas são tombadas na coleção de Zoologia com um número de registro. Os exemplares são fixados em formalina e conservados em álcool 70%. Posteriormente, faremos análises moleculares e um acervo de fotos, cantos e vídeos. Essas análises moleculares são, a princípio, para coletarmos informações sobre identificação das espécies e suas relações de parentesco.
 
 
Qual a importância da pesquisa?
 
   O conhecimento da fauna local de importantes remanescentes de Mata Atlântica contribui para a implementação de políticas conservacionistas. Para se ter uma ideia, pelo menos uma espécie ainda não descrita na literatura científica foi encontrada aqui em Porto Seguro. Além disso, algumas espécies ampliaram sua área de ocorrência, pois não eram conhecidas para nossa região - o que mostra o desconhecimento da distribuição de alguns táxons. Todos os seres em distintos ambientes ocupam uma posição, um nicho. Simplificando, todos os seres são interligados através das funções e papéis que exercem em um ambiente. Um exemplo hipotético: se acabarmos com todos os anfíbios da RPPN, com certeza afetaremos as populações de quem se alimenta deles e de quem eles se alimentam. Daí a necessidade de preservação de um ambiente e os seres que ali desempenham um papel.
 
O que os resultados indicam/informam?

Os resultados mostram como é rica a diversidade de anfíbios em nossas florestas do Município de Porto Seguro. O enfoque da pesquisa foi, basicamente, em uma Unidade de Conservação. Esperamos ampliar nossos esforços em outras áreas, o que provavelmente agregará novas descobertas e novas espécies. Para isso, precisamos aumentar o número de estudantes interessados em estagiar conosco e se vincular ao projeto. Atualmente, temos uma bolsista de IC, a Larissa Mendonça. Mas já tivemos outros estagiários de IC que desenvolveram e apresentaram o resultado de seus trabalhos em reuniões científicas e muito contribuíram para este projeto, como o Ailton Trindade e a Erica Bruna. Ambos, alunos do curso de Biologia daqui da UFSB.

 

 

 

Equipe responsável pela pesquisa:

Coordenador: Prof. Dr. Luiz Norberto Weber

Pesquisadores: Profª. Drª Olívia Duarte e Profª. Drª Fabiana Félix (atuantes nas análises moleculares)

Bolsista atual de Iniciação Científica: Larissa Rodrigues Mendonça (BI em Ciências)

Bolsistas anteriores:

Aílton Trindade Bahia Neto (BI de Ciências e atualmente Biologia; 2017-2018)
Érica Bruna Nascimento da Silva (BI de Ciências e atualmente Biologia; 2016-2017).

 

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