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Abertura de vagas para o Curso de Língua Inglesa para Professoras/es Habilitadas/os (CLIPROH)
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A Universidade Federal do Sul da Bahia, por meio do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências dos Campi Sosígenes Costa (IHAC-CSC) e Jorge Amado (IHAC-CJA), no uso de suas atribuições e prerrogativas legais, torna público o edital de abertura de vagas para o Curso de Língua Inglesa para Professoras/es Habilitadas/os (CLIPROH), ação do Programa de Extensão “Formação de Professoras/es de Línguas (FORPROLI): emoções, (de)colonialidades e ensino/aprendizagem”, com o apoio da Pró-reitora de Extensão - PROEX. O curso objetiva promover o aperfeiçoamento linguístico de docentes de língua inglesa em atuação, tendo como foco as habilidades orais (compreensão auditiva e produção oral).
Tendo como público-alvo professoras/es de língua inglesa em atuação no ensino público nas redes municipal/ estadual/federal de educação do Brasil,em especial os em atuação no Estado da Bahia, bem como professoras/es em formação inicial, nos cursos de Letras/Linguagens e áreas afins, ou continuada, em programas da UFSB/Universidades do Brasil, esta proposta busca oportunizar que participantes, em especial aquelas/es de movimentos étnico/raciais (pretas/os, indígenas, quilombolas, dentre outros), se acolham e fortaleçam por acreditar que “a proposição de uma educação linguística antirracista pode afetar diretamente a relação ensino-aprendizagem de inglês” (Martins, Santos, 2024, p. 45), assim como as emoções docentes e o processo de ensino-aprendizagem de línguas (Martins, 2017).
Como é sabido, todas as fases da formação de professoras/es de línguas, assim como o processo de aprendizagem, são atravessadas por conversações que se pautam em dualidades e hierarquias que nos fazem sentir menor ou inferior (colonialidades) àquilo que desejamos fazer (matriz emocional). A ideia de uma única língua padrão, por exemplo, atrelada a um dono (falante nativo) é reforçada diariamente no processo de ensino e aprendizagem (por meio de livros, gramáticas etc.), como é possível constatar o histórico do inglês como a língua do imperialismo colonial. Quando se trata de aprender e ensinar uma língua imperialista, como é o caso do inglês, é preciso nos preocuparmos, portanto, com aspectos sociais, culturais e as relações de poder que vem à tona atrelados aos discursos da globalização. Nesse sentido, “é necessário refletirmos sobre o efeito dessa língua que é um artefato ideológico de poder [...] e é reforçada por meio de um determinado lócus de enunciação: linguístico-econômico- centrista, do homem branco, heterossexual, nativo da língua” (Martins e Santos, 2024, p. 44) e que pode “afetar a linguagem e silenciar sujeitos, no que se refere à racialização, etnicidade e linguagem dos povos do Sul” (Ibidem, p. 44).
É crucial oportunizarmos reflexões sobre os conceitos de língua à medida que aprendemos a partir de nossos contextos sociais. Ao fazer parte do projeto, professoras/es de língua inglesa habilitadas/os, ou aquelas/es em formação inicial ou continuada, terão a oportunidade de contemplar e refletir sobre sua prática, os saberes que estão sendo priorizados e invisibilizados em tratando-se do ensino da LE; discutir sobre relevância de saber essa língua estrangeira; e criar oportunidades para o desenvolvimento da criticidade (Borelli, 2018, p. 143) no exercício da profissão ao se apropriar da língua com a qual trabalham, visando um desempenho significativo profissional. Ademais, as/os professoras/es poderão refletir sobre “a questão do desejo de suas/seus discentes de aprender inglês, para que elas/es possam, no processo de ensino-aprendizagem antirracista, compreender criticamente esse afeto que os direciona para essa língua que pode ser estra(nha)geira para muitos delas/es, mas que também podem ajudá-las/os a acessar outros lugares sociais de privilégio.” (Martins, Santos, 2024, p. 48).
São poucos os projetos de extensão e pesquisa que versam sobre a formação inicial e continuada de professoras/es de línguas visando o desenvolvimento/ aperfeiçoamento de habilidades linguísticas a partir de uma perspectiva crítica ou decolonial. O diferencial desta proposta se dá pelo fato de, através do processo reflexivo, possibilitar que professoras/es não somente tenham oportunidade de aperfeiçoar suas habilidades orais, consideradas essenciais para professoras/es e falantes de línguas, mas que também adotem uma postura consciente do seu falar ao refletirem sobre sotaques, crenças limitantes, gramática colonialista, práticas imperialistas (que insistem em querer nos dominar culturalmente, epistemicamente e linguisticamente, como o mito da epistemologia do falante nativo), relações de poder, discursos homogeneizantes, seu agir e emocionar, abordagens e questões que priorizam em sala de aula, o processo de ensino e aprendizagem de línguas em si – reflexões que poderão transformar sua postura pedagógica. A esperança é que as reflexões críticas acerca da língua alcancem suas/seus discentes. Para além do aperfeiçoamento das habilidades linguísticas, tem-se a promoção de um espaço de escuta cuidadosa, de colaboração e de reflexão crítica e decolonial com as/os professoras/es participantes.
PERÍODO DAS INSCRIÇÕES: De 24/02/2025 à 10/03/2025
Para acessar as informações detalhadas diretamente no edital, clique aqui.
Para atualizações do processo, clique aqui para acessar o instagram do Programa de extensão FORPROLI.UFSB
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