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Seleção de bolsistas para colaborar na exposição Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá

  • Publicado: Quinta, 09 de Setembro de 2021, 21h29
  • Última atualização em Quinta, 09 de Setembro de 2021, 21h29
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Está aberta a seleção de bolsistas para colaborar na exposição Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá, que acontecerá entre os dias 28.10 e 27.11 na Casa da Lenha, em Porto Seguro.
 
O projeto ganhou o prêmio Funarte Artes Visuais 2020/2021 e ocorre na Galeria Fayga Ostrower, na Funarte Brasília, entre os dias 16 de setembro e 17 de outubro de 2021, seguindo em itinerância para a Casa da Lenha, em Porto Seguro, Bahia, de 28 de outubro a 27 de novembro de 2021. As/Os estudantes bolsistas participarão no desenvolvimento da mostra em Porto Seguro. 
 
O projeto parte da história dos mantos tupinambás para refletir sobre as relações entre esse povo, o processo de dominação colonial e sua resistência. A exposição, contemplada com o Prêmio Funarte Artes Visuais 2020/2021, conta com obras de Edimilson de Almeida Pereira, Fernanda Liberti, Glicéria Tupinambá, Gustavo Caboco, Livia Melzi, Rogério Sganzerla e Sophia Pinheiro, e curadoria de Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá, Juliana Caffé e Juliana Gontijo.
 
Além das obras – fotografias, poemas, desenhos e três mantos confeccionados por Glicéria em 2021–, a mostra conta com um catálogo que terá distribuição digital gratuita e um núcleo histórico com imagens que acompanham a história deste objeto sagrado. O Nheengatu, língua derivada do tupi antigo, foi escolhido como idioma principal da exposição. O Nheengatu – palavra que significa “língua boa” – , foi usado no século XIX, como idioma comum entre várias nações indígenas da região amazônica. Era mais popular que o português no Amazonas e Pará até 1877. Atualmente, essa língua franca (utilizada em comunidades que utilizam mais de um idioma), é uma das línguas oficiais do município de São Gabriel da Cachoeira (AM). É utilizado ainda para a comunicação entre indígenas e não indígenas; e foi retomado por grupos que perderam seu idioma nativo.
 
Objetos sagrados para os Tupinambá, os mantos foram levados do Brasil no período colonial pelos europeus e passaram a integrar coleções reais. Atualmente, sabe-se da existência de onze desses itens cerimoniais, que foram produzidos entre os séculos XVI e XVII, todos conservados em museus etnográficos europeus. Segundo os curadores, conduzida por sonhos no ano de 2006, Glicéria Tupinambá, da aldeia de Serra do Padeiro (BA), reiniciou a confecção de um novo manto, o que se tornou o eixo central da exposição. Mesmo que os onze mantos não tenham retornado ao Brasil e sua produção tenha adormecido por longo período, os artefatos nunca deixaram de habitar o mundo dos Encantados – entidades sobrenaturais que guiam o povo Tupinambá – e agora voltam a ser confeccionadas pelas mãos de Glicéria.
 
 
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