Porto Seguro (CFA/CSC) recebe o coletivo Afro(en)Cena
Nos dias 05 e 06 de julho, chega a Porto Seguro o Coletivo Afro(en)Cena, formado por estudantes e professores/as da UFSB, oriundos de Itabuna e região, para realização de espetáculo, oficina e azuela (roda de conversa). Utilizando como referências as estéticas de matriz africana e afro brasileira e também os saberes populares, o grupo propõe uma perspectiva descolonizada dos modos de pesquisa, modos de fazer e pensar as artes negras na região Sul da Bahia. A programação é viabilizada graças ao Edital UFSB Lugar de Cultura – 2019 e apoio do Centro de Formação em Artes da UFSB. Confiram os detalhes a seguir. Todas as atividades têm entrada franca!
05 de julho, às 20 horas - Teatro do Centro de Cultura de Porto Seguro
06 de julho - das 08:30 às 12:30 - Auditório do CIEPs
06 de julho - às 15 horas - Abayomi Casa de Cultura
PROGRAMAÇÃO:
05/07, sexta-feira, de 18h30 às 19h30- Bate-papo: “Augusto Boal e Abdias do Nascimento - pesquisa afro-brasileira em cena”. Com Prof. Tássio Ferreira (CFA/UFSB).
Local: Teatro do Centro de Cultura de Porto Seguro, Rua Quinze de Novembro, s/n, Centro.
*Atividade voltada aos/às estudantes dos componentes de Teatro do Oprimido (Artes do Corpo em Cena/UFSB) e Metodologia de Pesquisa (PPGER/UFSB).
05/07, sexta-feira, às 20h- Experimento CênicoTRAVESSIAS... ciclos transatlânticos
Local: Teatro do Centro de Cultura de Porto Seguro, Rua Quinze de Novembro, s/n, Centro.
*Entrada franca, com retirada de ingresso uma hora antes do espetáculo.
06/07, sábado, de 8h30 às 12h30-Oficina Afrocênica: poéticas de cenas pretas
Local: Auditório do CIEPs. Rua General Freitas, 57, Centro.
* 30 vagas, mediante inscrição prévia via formulário online.
**A lista dos selecionados será divulgada no dia 04/07, no site www.ufsb.edu.br/cfartes e www.instagram.com/afro.en.cena
06/07, sábado, às 15h-Azuela: poéticas negras em roda. Tema:Corpo, resistência e ancestralidade. Evento coordenado por Prof. Tássio Ferreira e Profa. Fabiana Lima – UFSB. Convidadas: Paula Pimenta (mestranda PPGER/UFSB) e sambadeiras da Associação de Marisqueiras de Belmonte.
Local: Abayomi Casa de Cultura. Rua do Contorno, 2001, Cambolo.
* Entrada franca. Sujeito à lotação da casa.
SOBRE O COLETIVO AFRO(EN)CENA
Trata-se de um grupo de artistas, estudantes da UFSB e docentes, oriundos de um curso de extensão (CFA/Artes UFSB), vislumbrando a criação de uma cena afrodiaspórica, multirreferencial, considerando o Candomblé Congo-Angola e a Cultura Bantu como inspiração afro poética para a construção de expressões estéticas negrorreferenciadas, através de uma perspectiva descolonizada dos modos de pesquisa, modos de fazer e pensar as artes negras na região Sul da Bahia. A base metodológica do grupo está enraizada na Pedagogia da Circularidade Afrocênica, entendendo esta como uma construção pela via da coletividade, considerando os disparadores de criação inspirados no ancestral negro e suas formas de significação no mundo, amparados pela cosmovisão do candomblé Congo-Angola e da filosofia Bantu. A atuação do Coletivo ajuda a fortalecer a identidade do(a)s estudante(a)s negra(o)s da UFSB, possibilitando a representatividade de expressões cênicas que exaltem e discutam sobre a cultura africana e afro-brasileira.
AZUELA: poéticas negras em roda
O termo “Azuela” vem de Kuzuela, verbo derivado do tronco Ovibundu (etnia Bantu), disseminado em território Kimbundu. Segundo dicionário Bantu de Nei Lopes (2003), a palavra azuela, nos terreiros de origem Bantu, seria uma ordem para bater palmas e animar a festa. Zuela: falar! Dar voz. Possibilitar o protagonismo, oportunizar, se fazer falar. Com isto, o Coletivo AFRO(en)CENA visa oportunizar o diálogo com a comunidade acadêmica, artistas, agitadores culturais, instituições de fomento às artes em Itabuna e região. No ano de 2018 foram realizadas quatro edições do evento, sendo três no campus Jorge Amado e uma edição especial no campus Paulo Freire; ações importantes para a ventilação de novas epistemologias acerca das Poéticas Negras. Além disto, a Azuela se firma como espaço de resistência no âmbito acadêmico, estruturando um discurso contra hegemônico, dentro de uma estrutura historicamente opressora e excludente de todo discurso empretecido. Sua relevância é preponderante para visibilidade e assentamento de conhecimentos oriundos de saberes populares, bem como forças de inspiração para se pensar as pedagogias afrodiaspóricas e fazeres artísticos negrorreferenciados. Para a realização desta Azuela no CSC, convidaremos 3 personalidades ligadas à arte negra da cena de Porto Seguro e região, para discutirmos sobre as potencialidades das poéticas negras na região.
OFICINA AFROCÊNICA: poéticas de cenas pretas
Sistematiza os modos de trabalho e de criação do Coletivo, afim de circular possibilidades metodológicas de trabalhos cênicos, estimulando a produção afrodiaspórica no CSC. Serão investigadas na oficina as diversas corporalidades, musicalidades, oralidades e visualidades negrodescendentes do Sul da Bahia, a partir das referências ancestrais de cada participante. O trabalho parte da experimentação pessoal de cada atuante em contato com os 4 elementos da natureza: água, terra, fogo e ar, considerando essa vivência fundamental para ativação da memória africana ancestral e possível aplicabilidade na criação de cenas. Investiga-se, por fim, o "Corpo-Pambu Nzila", a partir do repertório mitológico do nkisi Pambu Nzila (se compararmos ao panteão Iorubá, seria uma energia equivalente a Exu), acordando a ancestralidade adormecida nos corpos, tornando-os disponíveis para a criação.
Contatos:
Produção local: Cris Lima – (73) 9 9948-6218 - crislima1@gmail.com
Diretor artístico: Tássio Ferreira - (71) 98708-7701 (whats app/vivo) / 99319-2501 (tim)
Professor Assistente da Universidade Federal do Sul da Bahia - IHAC/CFA (Campus Jorge Amado)
Coordenador da Pós-graduação lato-sensu Pedagogias das Artes: linguagens artísticas e ação cultural [EPArtes]/ Vice Coordenador do Colegiado da Licenciatura Interdisciplinar em Artes/ Fundador e Diretor Artístico do Coletivo Hedônicos e AFRO(en)CENA / Taata dya Nkisi do Unzó ia Kisimbi ria Maza Nzambi
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