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Projeto de extensão: Alimentação saudável utilizando como base as Plantas Alimentícias Não Convencionais - PANC

Publicado: Quinta, 13 de Fevereiro de 2020, 16h13 | Última atualização em Terça, 20 de Abril de 2021, 09h46 | Acessos: 2438

Talvez o fato de as Plantas Alimentícias Não-convencionais (PANC) serem em geral desconhecidas pela população brasileira seja um bom exemplo de riqueza não aproveitada. O consumo predominante de alimentos industrializados e o efeito disso na saúde humana, a grande quantidade de pessoas em situação de insegurança alimentar e a imensa diversidade de flora no país, dentre outros fatores, podem ajudar a explicar a importância de fazer renascer o interesse em cultivar e consumir essas plantas que são tão nutritivas e ao mesmo tempo tão ausentes das nossas mesas.

O projeto da UFSB, realiza oficinas denominadas Comer o que tem desde 2016 e brotou de alguns encontros dos coordenadores em um sítio de agricultura familiar no começo de 2015. As refeições compartilhadas deram a ideia de um curso no qual as receitas culinárias tradicionais que usam PANCs serviriam de raízes para o resgate cultural dessa cozinha e à promoção da alimentação saudável e a custo reduzido para a população de baixa renda. Os frutos do projeto são um crescente livro de receitas com as plantas não-convencionais na lista de ingredientes e encontros de compartilhamento de saberes que beneficiaram cerca de 500 pessoas, incluindo estudantes do ensino fundamental, médio e superior, professores, agricultores familiares e assentados e povos tradicionais, como os indígenas e os quilombolas. 

Cada encontro consiste em uma oficina denominada "comer o que tem", na qual os participantes, guiados pelos líderes do projeto, percorrem um itinerário em propriedades rurais, o que pode incluir áreas de cabruca, quintais, floresta nativa. A ideia é coletar as plantas alimentícias que forem encontradas e, a partir do que foi recolhido, preparar coletivamente o almoço. "Chegamos cedinho na comunidade, e saímos com um grupo com ferramentas como facão, podão, cestos, sacos, etc e iniciamos a caminhada nos agrossistemas, por exemplo, o cacau-cabruca, em um fragmento de floresta, se houver, ou nos quintais. Durante a caminhada vamos identificando as possíveis plantas comestíveis. Às vezes, as próprias pessoas locais lembram de plantas e nos levam ou indicam o local", explica o professor 

Um relato breve do projeto de extensão foi publicado na revista Fitos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em junho de 2019. As oficinas, que no começo eram para grupos variando entre 15 e 20 participantes, deram aos participantes experiência para preparar almoço para cerca de 300 pessoas, durante o II Encontro de Mulheres da Teia dos Povos, em maio de 2018. Tanto na coleta quanto no preparo, as oficinas engajam as pessoas com o percurso da coleta à degustação. É a riqueza natural que o Brasil precisa conhecer mais.

Coordenador: Jomar Gomes Jardim 

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