Fitoprodutos na Valoração Econômica da Cabruca
Em maio de 2019, a Universidade Federal do Sul da Bahia foi convidada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) a integrar o Programa Federal Rota da Biodiversidade e participar do processo de consolidação de um pólo produtivo de fitomedicamentos da Mata Atlântica em parceria com as RedesFito/FioCruz. O polo que foi batizado como Polo Aroeirinha, em homenagem a uma planta medicinal nativa da região – Schinus terebinthifolius, compreende 19 municípios distribuídos entre o Recôncavo e Litoral Sul da Bahia e tem como principal objetivo mapear os produtores de plantas medicinais em sua área de ação e auxiliar na capacitação e estruturação da cadeia produtiva de plantas medicinais, insumos farmacêuticos, fitoterápicos e fitomedicamentos.
Para viabilizar a gestão de seu extenso território, a coordenação do Comitê Gestor do Polo Aroeirinha ficou dividida entre a UFRB e UFSB, representada pela Profª Drª Jannaína Velasques na coordenação das atividades no Litoral Sul, área de abrangência do Projeto de Extensão ‘Fitoprodutos na Valoração Econômica da Cabruca’, também sob sua coordenação.
O projeto de extensão propõe a valorização do conhecimento tradicional de mulheres assentadas para o uso e manipulação de plantas medicinais nativas e/ou adaptadas da região, incentivando-as e capacitando-as para o emprego de boas práticas de cultivo e manejo, pré-beneficiamento e processamento das plantas, visando sobretudo uma alternativa de renda para os períodos de entre-safra da cacau (principal atividade econômica dos assentamentos da região). O programa Rota da Biodiversidade abraçou a idéia e disponibilizou R$ 225.000,00 para a compra de equipamentos que serão distribuídos entre as unidades beneficiadoras nos assentamentos modelo do Polo e, mais recentemente, em parceria com a Associação Jabuticaba do Assentamento Terra de Sta Cruz, o projeto foi um dos contemplados pela SDR-BA com R$ 283.000,00, pelo edital Bahia Produtiva.
Com uma equipe de docentes multidisciplinar, dez alunos de graduação e uma de doutorado diretamente envolvidos no projeto e recebendo treinamento intensivo sobre normas de biossegurança, boas práticas de manipulação e formulação de fitoprodutos, são eles os principais replicadores de conhecimento nas comunidades rurais, aldeias indígenas, associações comunitárias, etc. Desde sua criação em junho de 2019, o projeto já ofereceu cinco oficinas de fitoprodutos, sendo também convidado a participar da exposição de profissões do IEL e da Gincana de Ciências no Município de Coaraci.
Para o primeiro semestre de 2020, já estão agendadas 3 oficinas e cabe destacar que em outubro está prevista a segunda edição do Workshop de Plantas Medicinais e Fitoprodutos da Mata Atlântica. A primeira edição do workshop foi realizada como evento integrado à SNCT e sediada no Assentamento Terra de Sta Cruz, com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Regional, RedesFito / FioCruz, Secretaria do Desenvolvimento Rural da Bahia, Ceplac e das empresas Ayapuana e Ás d’Lilás, recebendo cerca de 60 mulheres agricultoras de diferentes assentamentos e 30 alunos inscritos como participantes/ouvintes. “A expectativa para 2020 é ampliar o número de inscritos, aproximando ainda mais o público técnico-científico do conhecimento tradicional, possibilitando maior integração e atividades de extensão que contribuam para a estruturação do setor produtivo de plantas medicinais na região”, disse a Profª Jannaína Velasques que também compõe a coordenação nacional do Grupo de Plantas Medicinais da Associação Brasileira de Horticultura – ABH.
Coordenadora: Profª Drª Jannaína Velasques da Costa Pinto
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