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Nota de Repúdio

  • Publicado: Quarta, 30 de Setembro de 2020, 10h12
  • Última atualização em Quarta, 30 de Setembro de 2020, 10h13
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As universidades públicas, patrimônio da população brasileira, notabilizaram-se ao longo de sua existência por serem responsáveis pela formação qualificada de pessoas e pela produção de conhecimento científico sério e comprometido. Esse conhecimento tem forte caráter público e deve ser compartilhado com a sociedade por meios diversos, em especial, pelas ações de extensão universitária.

Num movimento mais recente, as universidades públicas têm desenvolvido instrumentos para reconhecer institucionalmente a diversidade cultural brasileira. Também têm estimulado a produção de conhecimento e de envolvimento de suas comunidades acadêmicas com problemas estruturais - históricos e ainda urgentes - da realidade nacional. A própria expectativa de universalidade, no sentido de universitas, depende de sua capacidade de incluir e favorecer o trânsito, em seus espaços, da multiplicidade de valores, histórias e formas de viver presentes nos seus territórios.

À medida que a intolerância e o desrespeito às diferenças ganharam espaço na sociedade, com a distorção dos fatos, polarizações políticas e a falta de diálogo, percebe-se o aumento de ataques à autonomia universitária e ao seu papel social. No contexto da pandemia, isso tem se traduzido em violências expressas em tentativas de invadir e desqualificar atividades acadêmicas remotas realizadas com o objetivo de manter vivos os vínculos entre a comunidade acadêmica e com a comunidade em sentido expandido. Merece destaque e atenção a prevalência de ataques a eventos que discutam o tema da diversidade e do combate ao racismo e ao machismo, o que exige da comunidade acadêmica um posicionamento de repúdio ainda mais enfático.

No último dia 24 de setembro, a Universidade Federal do Sul da Bahia sofreu um desses ataques (que vêm se repetindo em várias outras instituições públicas de ensino superior) durante a realização do II Fórum sobre o Feminicídio e a Questão Racial no Sul da Bahia. Esse evento se destacou, desde a primeira edição, por contribuir para a visibilidade e o enfrentamento da violência contra as mulheres, fenômeno cada vez mais recorrente em nossa região e no Brasil, como demonstram pesquisas.

A gestão da Universidade Federal do Sul da Bahia, por meio das Pró-Reitorias de Ações Afirmativas e de Extensão e Cultura, vem a público para repudiar esse tipo de ação criminosa, apoiar a comissão organizadora do II Fórum sobre o Feminicídio e a Questão Racial no Sul da Bahia e informar à comunidade que as devidas providências legais serão adotadas, tanto em âmbito local quanto nacional. Reforça ainda disposição e compromisso de não recuar em favor da missão institucional de estimular a produção de conhecimento científico de excelência, de fortalecer os intercâmbios de experiências e as trocas de saberes com a sociedade pela extensão universitária e de defender a diversidade como traço irrevogável da sociedade brasileira e, portanto, da universidade como instituição plural.

 

Itabuna, 30 de setembro de 2020

Pró-reitoria de Extensão e Cultura - PROEX
Pró-reitoria de Ações Afirmativas - PROAF

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