Seminário em Rede marca a retomada de atividades acadêmicas com intermediação tecnológica
O reinício das aulas na Universidade Federal do Sul da Bahia está previsto para o dia 17 de agosto, já na mediação por tecnologias digitais inaugurada pelo Seminário em Rede da UFSB: Educação, Políticas, Virtualidades, iniciado nesta segunda-feira (10). O evento tem diversas mesas online, propostas pela reitoria, pró-reitorias, pelas unidades acadêmicas, Assessoria Especial de Ensino e Tecnologia, a Comissão de Ética dos Servidores e as representações estudantil e dos técnico-administrativos em Educação, com atividades simultâneas pelas manhãs e tardes a partir desta terça-feira. As conferências serão sempre às 19h.
A abertura do evento foi mediada pela presidenta da comissão organizadora, professora Milena Magalhães, e começou com a apresentação artística por Ize Duque e Johnny Walker, que interpretaram a canção Queremos Saber, de Gilberto Gil.
A coordenadora do evento, professora Milena Magalhães, destacou que 2.300 participantes se inscreveram para as mesas do Seminário em Rede. As cinco conferências e 27 mesas vão abordar a educação e a universidade em busca de construção de alternativas para as dificuldades do momento atual, sendo muito mais uma forma de reconexão das pessoas que integram a comunidade UFSB. O próprio seminário foi construído de forma coletiva justamente para materializar essa concepção solidária e participativa da resistência que a universidade consegue construir e alimentar.
Em seguida, foi a vez da pró-reitora de Gestão Acadêmica, professora Janaina Zito Losada, que falou do cenário atual do mundo e como isso impôs a interrupção e o planejamento para o retorno das atividades acadêmicas em meio à excepcionalidade sanitária com a pandemia, de forma online. A escolha do tema do seminário se deve à necessidade de aprimorar com a comunidade acadêmica as formas e os jeitos dessa retomada no momento em que a presencialidade é impedida pelo novo coronavírus e as tecnologias de comunicação e informação se tornam o principal canal para o processo de ensino e aprendizagem. A pró-reitora destacou ainda o peso da situação atual, em que o marco de 100 mil mortes por covid-19 foi ultrapassado e as crises social, sanitária, econômica e política permanecem. O seminário é, então, a forma possível de acolher a comunidade. A retomada se dará de acordo com o calendário acadêmico suplementar, com o seminário nesta semana, e o reinício das aulas a partir do dia 17 de agosto. A professora Janaina destacou as definições que o Consuni aprovou para garantir que os discentes não tenham prejuízos com esse período de atividade remota, como consta na Resolução 15/2020.
A reitora, professora Joana Angélica Guimarães da Luz, falou do momento atual demandar mudança na universidade brasileira. Para a gestora, quando falamos de universidade, estamos falando de uma instituição que historicamente sempre foi elitista, quando deveria ser o espaço do livre-pensar e da diversidade. Para a professora Joana, a retomada das atividades de forma remota visa receber e incluir os estudantes nesse novo modo, e isso fica prejudicado no momento em que já há previsão de novos e mais profundos cortes no orçamento do ensino superior. Ela diz que a universidade é resistente e que precisa avançar de modo a incluir as comunidades nos processos dos quais a universidade faz parte. Isso envolve ir além de fortalecer as políticas de cotas, de permanência, de acesso digital, e ajudar a pensar em como expandir a entrada das comunidades originárias. A reitora afirma que é importante que se aproveite a semana para a reflexão sobre a mudança que o contexto atual exige da universidade e de sua comunidade.
Mesas e conferências
Após a abertura, às 14h30, teve início a mesa Comunidades tradicionais e movimentos sociais: Vulnerabilidades e Resistências, com Solange Brito (Assentamento Terra Vista/Teia dos Povos) e Nádia Akauã Tupinambá (Indígena /Aldeia Tucum – Território Indígena Tupinambá de Olivença). A mesa foi mediada pela pró-reitora de Extensão e Cultura, professora Lílian Reichert Coelho.
Às 16h, duas mesas simultâneas abordaram temas que relacionam a educação, o território e a atuação local. A mesa Relações entre educação básica e ensino superior: experiências dos Complexos Integrados de Educação contou com Robson Raimundo Costa dos Santos (SEC/BA), Caetano Cupolo do Sacramento (CIE Porto Seguro), Marialda Dias Assunção (CIE Itamaraju), Tereza Cristina Fidelis (CIE Itabuna) e Gabriela Rodella de Oliveira (UFSB), com a mediação de Luciana Beatriz Ávila (UFSB). A mesa Artes, Políticas e Espiritualidades Não-Eurocêntricas foi proposta pelo Centro de Formação em Artes e contou com Gustavo Caboco (artista Wapichana), Loba Nascimento (produtora audiovisual, militante da Nação Hip-Hop Brasil, fotógrafa e estudante BI Artes), Deysi Ferreira (compositora e articuladora da Teia dos Povos) e mediação por Tássio Ferreira (UFSB), além da intervenção artística Sangue Negro, de André Cardoso (estudante de pós-graduação da UFSB).
A primeira conferência do Seminário em Rede será às 19h. Uma proposta da Progeac, a conferência Saberes Transtornantes será proferida por Amara Moira (pesquisadora, escritora, colunista Mídia Ninja), com apresentação pela professora Dodi Tavares Borges Leal (UFSB) e a intervenção artística Depressão Transtorna, do acadêmico Jackie Chean.
Próximas Atividades
Nesta terça-feira, as atividades simultâneas iniciam às 10h. A mesa-redonda Perspectiva estudantil da educação: um diálogo transacadêmico é uma proposição da representação estudantil no Conselho Superior e contará com Moisés Sant'ana (IFBA), Saulo Carneiro Pereira dos Santos (UFSB), Gean Augusto da Cunha (UFSB) e Evellin Bianca Souza de Oliveira (UESC), com a mediação de Pedro Henrique Soares dos Santos (UFSB). A mesa-redonda proposta pelo IHAC do Campus Jorge Amado, Educação, desigualdades e pandemia, contará com o ex-reitor da UFSB, professor Naomar Almeida Filho (USP), Alexandre Silva Virginio (UFRGS), Michele Morgane de Melo Mattos (UFRJ) e Rosemary Aparecida Santiago (UFSB), com mediação da decana do IHAC CJA, professora Ita de Oliveira e Silva (UFSB). A exemplo de todas as atividades do Seminário, essas transmissões ocorrerão pelo canal do Auditório Virtual da UFSB no Youtube.
Para a tarde, às 14h e às 16h, estão previstas mesas propostas pelo novo Centro de Formação em Políticas Públicas e Tecnologias Sociais (CFPPTS), pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), pelo Centro de Formação em Ciências da Saúde (CFCS) e pela Pró-Reitoria de Gestão Acadêmica (Progeac ). A conferência da terça-feira tratará Educação mediada por Tecnologias em Tempos de Pandemia, proferida pelo professor Nelson Pretto (UFBA) e apresentação por Maristela Midlej (UFSB), com a intervenção artística Ladeira por Rafique Nasser (UFSB).
A agenda completa do Seminário em Rede da UFSB pode ser consultada diretamente no site do evento.
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