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“A Economia da Atenção e a Visão Maquínica” é tema do próximo "ARI Convida"

Publicado: Segunda, 25 de Junho de 2018, 14h58 | Última atualização em Segunda, 25 de Junho de 2018, 14h58 | Acessos: 6942

 

O que: Projeto ARI Convida
Quando: 28 de junho, às 18 horas
Onde: campus Jorge Amado
WebConf:http://webconf2.rnp.br/ufsb2/

 

O Projeto “Ari Convida” dá continuidade às suas atividades com o Professor Claudio Octavio Celis Bueno, da Universidade Austral do Chile, que abordará o tema: “A Economia da Atenção e a Visão Maquínica”, às 18 horas,  no campus Jorge Amado, Itabuna.

O seminário apresentará o conceito da Economia de Atenção a partir de uma perspectiva crítica. O objetivo é refletir como este novo contexto econômico, técnico e social – que tem sido definido como economia de atenção – começa a operar uma nova forma de visão maquínica.

Em particular, o seminário explorará três eixos:

1) A virada nas noções marxistas de trabalho e valor. Em geral, propõe-se que, no novo estado da economia da atenção, o olhar seja trabalhar, isto é, o olhar se torna uma atividade que produz valor. Usando as leituras "pós-operativas" de Marx, o seminário irá propor que, para entender o novo estado da imagem no capitalismo contemporâneo, é necessário reformular a categoria marxista de trabalho e, portanto, sua noção de valor

2) A virada na noção de tempo. No novo estado da economia de atenção a experiência temporária dos usuários é modificada. Como propõe Bifo Berardi, existe um antagonismo entre a temporalidade humana e a temporalidade da info-esfera. Por outro lado, os novos algoritmos de reconhecimento de imagem liberam a imagem de sua temporalidade humana como representação e começam a funcionar em um estado de presente permanente em que não há relação com o "exterior".

3) A automação do olhar e suas consequências políticas. Segundo o conceito de Paul Virilio de "visão maquínica", o olhar está entrando em um estágio de automação análogo ao processo de automação do corpo imposto pelo fordismo. Nesta nova etapa, até o ato de olhar é substituído pela máquina. Isso requer repensar a noção de imagem e imaginação. Além disso, o uso de algoritmos de reconhecimento de imagem envolve uma mudança na relação entre sujeito e vigilância, exigindo repensar a relação entre imagens e política. Isso será desenvolvido analisando o caso específico de algoritmos de reconhecimento facial e sua aplicação como um dispositivo de individualização.

Concomitante à participação do professor no Projeto, a UFSB também  concretiza acordo de cooperação com a Universidad Austral do Chile. 

 

Sobre o palestrante

Atualmente, o Professor Claudio Octavio Celis Bueno é diretor da nova Escola de Criação Audiovisual da Universidade Austral do Chile. Também desenvolve pesquisa FONDECYT de Iniciação (2017-2020) sobre o fenômeno da automação algorítmica do olhar. Nesse projeto utiliza-se do referencial teórico desenvolvido por Gilles Deleuze e Félix Guattari para explorar o problema do significado nos novos tipos de imagens produzidas e/ou consumidas por algoritmos. Em termos mais específicos, trabalha com a noção de imagem assignificante na tentativa de compreender as consequências políticas dessa nova relação com a imagem. Também desenvolve um projeto de pós-doutorado FONDECYT (2015-2017) sobre o filme de imagens encontradas, um projeto que se concentra no potencial político dessa estratégia específica de criação audiovisual. Fez uma pesquisa na University of Westminster (Londres) onde estudou o trabalho de Harun Farocki à luz do conceito de "trabalho cognitivo". Finalmente, tem experiência em produção audiovisual através do projeto File, Image-Time, City, realizado em conjunto com o professor Carlos Pérez Villalobos (2008-2011, Universidade Diego Portales). Suas linhas de pesquisa são: cinema e política, pós-marxismo e pós-estruturalismo.

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