Mostra "Amotara: Olhares das Mulheres Indígenas"
O que: Mostra de filmes e debates "Amotara: Olhares das Mulheres Indígenas"
Quando: 30 de julho a 4 de agosto
Onde: Campus Paulo Freire (Teixeira de Freitas); Centro Cultural de Porto Seguro, Campus Sosígenes Costa e Reserva Indígena da Jaqueira (Porto Seguro); Sede do Movimento Cultural Arte Manha (Caravelas)
O projeto Mostra “Olhares das Mulheres Indígenas” é uma mostra audiovisual intercampi na Universidade Federal do Sul da Bahia, com foco na produção artística de mulheres indígenas brasileiras. Entre 30 de julho e 04 de agosto, haverá exibição de filmes realizados por cineastas indígenas mulheres e debates presenciais com as realizadoras sobre temas relacionados à vivência artística e biográfica destas artistas, trajetórias coletivas e individuais na produção audiovisual, representação de sujeitos indígenas no cinema indígena/não-indígena, gênero, arte e populações indígenas, cinema e garantia de direitos indígenas.
As atividades ocorrerão em três municípios do extremo sul baiano, a cidade de Caravelas, na sede do Movimento Cultural Arte Manha, grupo que trabalha com cultura afro-indígena há mais de vinte anos; nos campi da UFSB Campus Paulo Freire (Teixeira de Freitas/BA) e Campus Sosígenes Costa (Porto Seguro), no Centro Cultural de Porto Seguro e na aldeia indígena Jaqueira. O evento é aberto para a comunidade acadêmica e o público externo.
A mostra surge para fomentar a visibilidade da produção audiovisual indígena crescente no Brasil desde a década de 1980, quando indígenas começaram a assumir a câmera como um meio de intervenção política e criação artística. Projetos e organizações como o Mekaron Opoi D'joi, Vídeo nas Aldeias e Instituto Catitu têm promovido oficinas entre povos indígenas incentivando a produção audiovisual. Mais recentemente, coletivos e sujeitos indígenas têm se destacado, produzindo autonomamente e exibindo seus filmes em festivais pelo Brasil e no mundo. "Amotara" propõe trazer esses filmes para o extremo sul da Bahia, dando ainda um enfoque para produção de mulheres, construindo um espaço de reflexão e incentivo a pesquisa e produção artística intercultural, contribuindo para fomentar o debate sobre arte, indianidade e gênero.
Cineastas presentes:
- Graciela Guarani (MS) - Comunicadora, cineasta, fotógrafa, oficineira de audiovisual. É autora juntamente com outros jovens de dois livros de fotografia intitulados “Nossos Olhares e Olhares sobre o futuro realizado nas Aldeias Jaguapiru e Bororó de Dourados –MS (2004/2005). Formadora Audiovisual no projeto intitulado “Vidas Pararelas Indígena” pela UNB – Universidade de Brasília. Direção dos curtas-metragens "Terra Nua" (20 min, 2014), "Mãos de Barros" (20 min, T.I Pankararu/PE, 2016) e "Mba 'eicha Nhande Recova'er" (12 min, 2018, MS). Co-dirigiu o filme Wehsé Darasé – Trabalho na roça (24 min, 2016, PE). Assistente de fotografia na série de TV “Amanajé: O mensageiro do futuro” – Kam Filmes LTDA (Ancine), 2015. Cinegrafista em uma produção ainda em construção da produtora inglesa Needs Must Films.
- Patrícia Ferreira Keretxu (Mbya-Guarani, RS) - Nascida em 1985 na aldeia Tamanduá em Missiones, Argentina. Com 17 anos (2002) mudou-se para a aldeia Koenju, em São Miguel das Missões/ RS, onde é professora. É a cineasta mulher mais atuante nos quadros do Vídeo nas Aldeias. Como integrante do “Coletivo Mbya-Guarani de Cinema”, co-dirigiu os premiados filmes "Bicicleta de Nhânderu" (45 min, 2011) e "Desterro Guarani" (38 min, 2011), e ainda "Mbya Mirim" (2013, 22 min), "TAVA, a casa de pedra" (78 min, 2012), "No caminho de Mario" (20 min, 2014). Atualmente está finalizando o seu primeiro longa-metragem, no qual conta a história de sua mãe Pará Reté.
- Suely Maxacali (MG) - Presidente da Associação Maxakali de Aldeia Verde, fotógrafa. Faz fotografia still e assistência de direção nos filmes de Isael Maxakali, seu esposo. Entre eles, "Kotkuphi" (24min, 2011), "Tatakox" (23 min, 2007), "Yiax kaax – fim do resguardo" (24 min, 2010), "Dia do índio na Aldeia Verde em 2010" (27min, 2011), "Xupapoynãg" (14min, 2011), "Yãmîy" (15min, 2011) e "Mîmãnãm: mõgmõka xi xûnîn" (17min, 2012). Seus filmes já receberam os prêmios Forumdoc.bh.2008, Edital Filmes em Minas, categoria de finalização, 2011, Menção Especial do Júri no III Festival do Filme Etnográfico do Recife em 2011.
- Olinda Muniz (etnia Pataxó Hãhãhãe/BA) - Olinda Muniz Wanderley é jornalista, diretora cinematográfica e atuante pelas causas indígenas e lançou seu primeiro documentário em 2015. Nascida na Terra Indígena Caramuru Paraguaçu na Bahia, é formada em Comunicação Social Habilitação Jornalismo. Iniciou sua luta pela causa indígena mais direcionada para o trabalho jornalístico e audiovisual aos 14 anos por projetos da ONG THYDÊWÁ. Em 2004 escrevia para o site Índios Online, Portal Inter-ética Indígena. Em 2016 criou o blog Pau Brasil Notícias, principal site de notícias da região do município de Pau Brasil, do qual é editora, jornalista, produtora e diretora de audiovisual. Atualmente trabalha para o filme “Uma Mulher, uma Aldeia”, responsável pela produção local e making of, e está finalizando seu primeiro longa-metragem “Mulheres que alimentam” (80 min, 2018)..
Mais informações: olharesamotara@gmail.com / www.fb.me/amotaraolhares / Instagram: olharesamotara
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